O cardiologista Mossasi Mituzaki, 79, foi ouvido para que esses números tivessem melhor interpretação. De acordo com sua avaliação, estes dados por não terem um escopo científico apontando de forma criteriosa informações como as causas que motivaram o falecimento e informações a respeito das condições gerais de saúde destas pessoas, não contribuem para uma análise mais objetiva sobre o tema.

Maso médico ressaltou que a observação feita serve como indutora para uma análise mais aprofundada a respeito da mudança de comportamento das pessoas e sobretudo do padrão de vida que acaba criando condições para o favorecimento de patologias que contribuem, ao seu ver, para corroborar com o aumento de óbitos de determinados grupos de pessoas. Ao seu ver, merece também uma observação mais atenta a morte de pessoas mais jovens, geralmente violentas, por causa de acidentes e aspectos ligados à criminalidade.

 

Na faixa etária que mais chamou a atenção, o especialista advertiu para o comportamento sedentário que muitas pessoas mantém, como má alimentação, falta de exercícios físicos, adesão ao tabagismo, ingestão de álcool e de outros tipos de drogas ilícitas. “São fatores que possuem uma ligação muito estreita com a ocorrência de diversas patologias relacionadas ao coração e que, portanto, se não examinadas e tratadas a tempo, irão contribuir para o aumento do número de óbitos”, disse. Alertou ainda para o aumento do stress nas pessoas como fator altamente preocupante no aumento destas doenças. “A exigência do cumprimento de metas vem se tornando algo irracional dentro do contexto da sociedade moderna e isso com toda certeza agrava o caso de pessoas que já apresentam tendência a apresentar problemas de saúde mais sérios”, advertiu.

 

Mituzaki lembrou particularmente do caso das mulheres. “No contexto da sociedade moderna a mulher vem ocupando mais espaço, adquirindo novas responsabilidades, que somadas a outras tradicionalmente a elas atribuídas, como o cuidado com a casa e dos filhos, acaba elevando o nível de stress neste público”, comentou. Este quadro, segundo ele, pode gerar fatores como depressão e aumento do número de mulheres que ingerem bebida alcoólica além do razoável, criando um círculo vicioso altamente perigoso do ponto de vista da questão da saúde”, finalizou.