Após uma interminável sucessão de más notícias, o setor de Vigilância Epidemiológica, finalmente, vem colhendo os resultados das medidas adotadas para estancar a proliferação da dengue na cidade. Depois de 309 casos registrados no mês passado, totalizando 4.461 desde janeiro, o balanço parcial dos primeiros 15 dias deste mês aponta a confirmação de 22 novos casos.
A enfermeira-chefe da VE, Josemary Apolinário, disse que o resultado é bastante expressivo, mas pediu que a população não abandone os cuidados necessários para se evitar a proliferação dos agentes transmissores. “Não temos como relaxar. Iniciamos o período mais seco do ano, quando os mosquitos ficam numa espécie de hibernação esperando somente um pouquinho de água para se procriar. A população tem que continuar fazendo a parte dela”, solicitou.
Ainda segundo Josemary, o mais recente Levantamento de Índice Rápido, feito de 13 a 24 de abril, mostra que os bairros do setor 2 (depois da margem do Ribeirão da Penha)
Combate à dengue deve continuar da mesma forma
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não apresentaram novos focos de infestação, ao passo que o setor 1 ( que tem como ponto de referência a região central) apresentou nível 3. Feita a média o índice é 2. Estes números, segundo ela, sinalizam que os focos têm diminuído, mas a situação exige muito cuidado. O pior período foi registrado de 18 a 25 de janeiro, com 642 casos.
Nova doença
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira, 14, um total de 16 casos de zika vírus no país – oito na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. A doença é transmitida por meio da picada do Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da dengue.
As amostras foram encaminhadas aos laboratórios de referência do Instituto Evandro Chagas e ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos para avaliação. Análises feitas pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia já haviam indicado resultado preliminar para a presença do vírus.
O zika vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de amostras de macacos utilizados como sentinelas para a detecção da febre amarela, na Floresta Zika, em Uganda. Ele é considerado endêmico no leste e oeste do continente africano e há registro de circulação esporádica também na Ásia e na Oceania.
Nas Américas, ele já havia sido identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no Oceano Pacífico, em 2014. Casos importados foram descritos no Canadá, na Alemanha, na Itália, no Japão, nos Estados Unidos e na Austrália.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o governo brasileiro já trabalhava com a possibilidade de entrada do vírus no País em razão do alto fluxo de turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, no ano passado.
Segundo o ministério, o zika vírus tem evolução benigna, caracterizada por febre baixa, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira, dores nas articulações e erupção cutânea com pontos brancos e vermelhos, além de dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
Ainda de acordo com a pasta, a doença tem um período de incubação de cerca de quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete dias. A maior parte dos casos não apresenta sintomas e não há registro de morte associada.
O tratamento é sintomático com uso de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e de drogas anti-inflamatórias por conta do risco aumentado de complicações hemorrágicas, como também acontece com a dengue