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Aprendizes e o pessoal da Casa da Criança no dia da entrega dos brinquedos
A rigor, aquelas instituições do município que se dedicam o ano todo com um entusiasmo proporcional às dificuldades que encontram para tocar seus projetos, têm a cada final de ano um período no qual por conta do famoso espírito de solidariedade natalino, abrem suas portas para receber muitas pessoas que vão levar seu carinho e seu apreço para as respectivas clientelas atendidas.
A Casa da Criança Celencina Caldas Sarkis experimentou no primeiro final de semana de dezembro, mais especificamente no dia 05, uma atividade que fugiu do convencional por conta de uma iniciativa gestada ainda no final do primeiro semestre deste ano nos quadros do Jovem em ação, quando a professora Adriana Carvalho propôs a um grupo de aprendizes que imaginassem uma forma de ao final do ano agraciar uma entidade que cuida de crianças necessitadas com algo diferente.
O desafio da professora Adriana mobilizou cerca de 14 aprendizes. A decisão tomada foi a de presentear a entidade escolhida – aí no caso a escolha recaiu sobre a Casa da Criança - com brinquedos que nos dias de hoje, face ao encantamento que os jogos e brinquedos eletrônicos exercem sobre as crianças desde de tenra idade, estão assim meio que fora de uso.
Tomada a decisão, vieram outras questões bastante importantes: o que dar e de que forma viabilizar isso? “De imediato pareceu mais prático e cômodo uma campanha para arrecadar dinheiro e comprar os brinquedos. Mas achamos que isso ia contra o espírito de solidariedade que imaginei quando propus o desafio aos jovens”, contou Adriana. Desta forma ela propôs que os próprios adolescentes construíssem os brinquedos. Foi assim que nasceu o projeto “Criança Feliz”.
O grupo comprometido com o trabalho integra o chamado Programa de Aprendizagem de Educação Profissional (PADEP), um período onde aqueles que já frequentam o mercado de trabalho tem que dedicar semanalmente na sede da entidade a título de capacitação. Segundo a professora e coordenadora Adriana, o primeiro estágio a ser vencido foi como aprender a fazer os brinquedos, depois de definidos os que seriam confeccionados. “Ouvimos gente que tem experiência, pesquisamos na Internet, emprestamos ferramentas e fomos atrás de material”, relatou.
A necessidade de ter materiais de várias especificações foi a etapa que segundo Adriana deu mais trabalho. “Às vezes imaginávamos que com determinado tipo de madeira, por exemplo, tínhamos resolvido um problema. Quando íamos ver na prática o resultado final, aquela madeira mostrava-se inapropriada. Isso aconteceu com outros materiais. Precisamos aprender a lidar com aquele certo”, descreveu.
Longe de ser um empecilho, este fato, segundo ela, contribuiu para agregar um conhecimento maior aos jovens. “Além de ter noções de trabalhos artesanais estes meninos e meninos tiveram noções de empreendedorismo. Aquela coisa de que aquilo que a gente faz tem mais valor do que comprar, pegou forte dentro deste projeto”, menciona.
Festa
Superadas todas as dificuldades que o trabalho ocasionou, restou a entrega feita no dia 05. A Casa da Criança providenciou uma grande recepção aos aprendizes e os brinquedos, para alegria dos jovens, causaram grande encantamento nas crianças. No meio daquele pacotão de papai Noel tinha tabuleiros para trilha, dominó e damas, trenzinho, carrinhos, ônibus, dominó e até um carrinho de rolimã. Para corroborar com a decisão de privilegiar brincadeiras de antigamente, com a ajuda do pessoal da própria entidade, foram feitas brincadeiras como esconde-esconde e brincadeira de roda . As crianças foram ainda agraciadas com guloseimas.
A experiência foi rica e marcante, segundo testemunho de dois participantes:
“Este trabalho para mim foi uma terapia, apesar de toda sorte de dificuldade que ele nos trouxe. Mas, ao observar o sorriso largo no semblante daquelas crianças, todas elas reivindicando nossa atenção, foi algo que marcou profundamente. Lembro até agora quando nos preparamos para ir embora , a incredulidade daquelas crianças quando perceberam que os brinquedos iam ficar com elas. Um menino chamado Wellignton ainda chegou a perguntar para mim se a gente não estava esquecendo de levar estes brinquedos. Foi inesquecível”
Talita de Souza
“A sensação de ter feito uma boa ação é sempre muito gratificante. Talvez seja este o maior legado da nossa visita à Casa da Criança. Pequenos gestos,simples e singelos tornaram a nossa tarde muito mais agradável e feliz. Feliz porque pude ver de perto a mais pura forma de felicidade estampada nos olhos das crianças com as quais pude brincar. Para nós ficaram muitas lições, entre elas a certeza de que momentos como este devem ser reeditados. Atitudes simples não matam ninguém, muito pelo contrário, faz reforçar a crença e a esperança de dias melhores”.
Richard Andrade
Veja a relação de quem contribuiu com a causa do Jovem em Ação:
Gráfica Joel, Donatti Materiais Hidráulicos e Elétricos; Casa de Tintas Santa Rita; Pael & Cia, LR Cópias, Depósito Marchioretto e Mátrio Móveis
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