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03/12/2013 | Ofício de sapateiro ganha reforço de um antigo entusiasta

 

 

Afastado do ramo há 12 anos, quando foi exercer cargos de comando, primeiro na Prefeitura de Mogi Mi­rim, e depois como titular da Secretaria de Serviços Públicos durante a gestão do ex-prefeito Toninho Bellini (PV), Adolfo Bellini Filho retomou desde abril o ofício de sapateiro. Aos 54 anos, decidiu abrir uma oficina na avenida Paoleti, perto, por sinal de onde mora. “Já me aposentei e diante da possibilidade de ter que ficar procurando algo que fazer de útil, me vi desafiado em voltar a fazer aquilo que ainda sei fazer direitinho que é lidar com calçados, principalmente o calçado de couro, algo que me dá prazer em trabalhar”, relatou.

Belllini disse que não teve dissabores em sua passa­gem pelo serviço público, acrescentando que sempre procurou dar o seu melhor “com empenho, carinho e dedicação”. Mas voltar ao mundo dos calçados o fez “remoçar”. Ao longo de vá­rios anos a partir de 98, ele e o irmão Luis Belini Neto montaram uma fábrica de calçados, a Calçados Belli­ni. Segundo ele, chegou a ter 54 funcionários e a fabricar 300 pares por dia. Questionado se esta não é, como muita gente acredita, uma profissão fadada ao desaparecimento, ele pensa o contrário. “Depois que abri, tenho recebido muito serviço, inclusive de cidades da região”, garantiu.

Com Bellini, o município tem hoje pelo menos sete sapateiros. Alguns deles com décadas no exercício da arte, como é o caso de Geraldo Ramonda, 84 anos,cuja oficina fica na avenida Rio Branco (sem­pre lá estes anos todos). Ele disse que aprendeu o ofício aos 12 anos. Também não reclama de serviço. “Não faço mais loucuras como trabalhar até de madrugada, mas continuo trabalhando com vigor”, descreveu. Ele avalia que para uma cidade de cer­ca de 70 mil habitantes, o número de sapateiros parece ser ideal para os dias de hoje. “ Quando a cidade tinha os seus 15 mil habitantes tínhamos pelo menos 27 profissionais”, avaliou.

João Buscariolli é outro veteraníssimo na atividade. Aos 87 anos, disse que está há 61 anos no ofício, com oficina na rua Padre Ferraz. Ele não é otimista como o amigo Ramonda. “Os arti­gos fabricados hoje em dia geralmente são difíceis de se consertar. O material é ruim. As pessoas preferem comprar um novo”, disse. Por outro lado, reclama que o material de consumo para os consertos sobe muito. “Vai chegar o dia em que será difícil trabalhar desta forma”, aponta. Mas ain­da assim cogita continuar trabalhando “enquanto Deus der saúde”.

Na rua Francisco Glicério tem um “filho de peixe” nesta história. Rubens Freitas Filho, 30, herdou a profissão do pai, que, há cerca de seis anos decidiu se aposentar depois de décadas exercendo o ofí­cio de sapateiro. Rubinho disse que já teve outras profissões como servidor terceirizado da Prefeitura, mas que decidiu tentar a sorte com a profissão do pai porque acha que herdou dele o talento necessário. Também fica ressabiado com a questão dos tempos modernos onde quase tudo o que é consumido é des­cartável. “Tenho uma boa freguesia, principalmente no tempo do inverno, quan­do acontecem os rodeios. Muita gente traz botas para serem arrumadas”, revela.

Penhão

Longe do centro da ci­dade, existe a oficina de Mauro Ferigatti, localizada em frente a portaria prin­cipal da IMBIL, no Penhão. Ele disse que recebeu com alegria a notícia do retorno de Adolfo Bellini, relatando que trabalhou na fábrica Calçados Bellini. “Trabalhei para o Bellini e também na antiga fábrica da Prin­cesa, do hoje aposentado Natálio Bianchesi, e há cerca de 15 anos decidi trabalhar para mim. Fi­quei assim imaginando se longe do centro da cidade teria serviço. Para minha surpresa, imediatamente começaram a aparecer pessoas trazendo calçados para consertar. As pessoas que me conheciam faziam questão de trazer serviço, exatamente porque co­nheciam o meu trabalho”, frisou.

 

 

Fonte: Da Redação do PCI

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