Aquele cão, meu companheiro de passeios de Jeep e caminhadas, quando nasceu lhe pus o nome de: Sancho Pança, uma homenagem ao fiel escudeiro do personagem que muito me identifico: Dom Quixote de la Mancha.
Alguns compreendem-no como um paspalhão, outros, sonhador, outros, um visionário, alguém que vive na matéria, mas tem consciência que não “é” ela.
Relatei abaixo algumas passagens que me tocaram profundamente:
“ Depois do sol retirar-se para seu descanso, escurecendo as varandas e portões de La Mancha, Dom Quixote, com sua aparência altiva e gestos medidos, manteve a vigília no pátio do poderoso castelo ”.
Se isso for uma linguagem metafórica, não poderíamos entender como o sol sendo o vigor da juventude que na maturidade passa a ter gestos medidos (para serem sempre construtivos, simbólicos) e o castelo não poderia ser o “eu”?
Vejamos uma fala do herói:
“Não chame nada de seu, exceto sua alma
Não ame o que é, mas o que poderia vir a ser.
Não persiga o prazer, pois pode vir a ter o azar de alcançá-lo.
Olhe sempre em frente, nos ninhos do ano passado não tem pássaros este ano.
Seja justo com os homens, cortes com as mulheres .”
No desfecho final de seus “sonhos”, assim falou o cavaleiro da Triste-Figura:
“ A única coisa que importa é que eu siga a minha missão .
A missão de todo cavaleiro é a tarefa não o privilégio.”
A tarefa.........De:
“ Sonhar o sonho impossível
Enfrentar o inimigo invencível
Suportar a tristeza insuportável
Correr para onde os bravos não ousam ir
Corrigir o erro incorrigível
Amar pura e castamente ao longe
Tentar quando os braços estão muito cansados
Alcançar a estrela inalcançável .”
A minha missão......De:
“ Seguir aquela estrela
Não importa o quanto impossível
Não importa a distância
Lutar pelo certo, sem duvidas ou pausas
Disposto a marchar para o inferno
Por uma causa sublime
E sei que se eu for verdadeiro
para esta gloriosa missão
Que meu coração descansará em paz
Quando deitar para o meu descanso
O mundo será melhor por isso
Que um homem rejeitado com cicatrizes
Ainda tentou com sua ultima coragem
Alcançar......a estrela inalcançável. ”
PS: Dedico este artigo à Dª Consuelo, fiel escudeira do bom amigo Dr. João Teté, a qual, respeitosamente dirigiu-se a mim, chamando-me por: “Poeta”.
Se assim eu o for, o estarei sendo para as pessoas que como ela possui do mundo também uma visão quixotescamente poética.