Adoro Águas de Lindóia, passeio por lá de Jeep, por suas reentrâncias e saliências, por seus ventos frescos e brisas úmidas.
Dia desses, estava no topo do morro Pelado, sentei-me e fiquei observando as cidades, os caminhos que as interligam, as propriedades rurais, plantações, animais e na parte baixa dos vales os rios e riachos.
De repente, percebi que algo sobre o qual eu sentei estava importunando minhas nádegas, levantei-me e lá estava, um seixo, uma pedra arredondada, pelos ventos que nos milhares de anos, de bruta que um dia foi, hoje estava quase polida.
Pensei que ela tinha sido por todo esse tempo privilegiada pela vista que sempre teve, picos e vales.
Acariciei aquele mineral e resolvi tirá-lo de seu templo contemplativo e trazê-lo comigo, coloquei-o sobre minha escrivaninha.
Agora quando faço pequenas pausas nas leituras, olho para o seixo e imagino sua heroica resiliência ante ao desgaste inexorável do tempo, vejo nele tudo aquilo que vi naquele dia.
Acaricio novamente como já o havia feito e sinto novamente, os ventos frescos, brisas úmidas, picos e vales.
Lembrei-me de uma frase:
“Lembrança é como a infância, é o mais vivo dos tesouros e continua a nos “enriquecer” sem que o saibamos”.
Franz Hellens
Então, digo sempre à meus alunos:
“Rico é aquele que tem histórias para contar”
O autor, Prof. Dr. Antonio de Pádua Colosso é PSICANALISTA e possui Especializações em: Mitologias (CEFAS), Sonhos e Símbolos (SPAG), Ópera e Psicanálise (Unicamp), Transtornos Psicossomáticos (S.N.H), O Desenvolvimento da Existência - Winnicott (S.N.H), Neurociências e Psicanálise (Soc. Psicanalítica de Campinas), Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (CEFAS), autor do Livro Lara e Leonora