“ Amores são águas doces
Paixões são águas salgadas
Queria que a vida fosse
Essas águas misturadas
Eu que já fui afluente
Das águas da fantasia
Hoje molho mansamente
As margens da poesia
E foi assim pela vida
Navegando em tantas águas
Que mesmo as minhas feridas
Viraram ondas ou vagas
Hoje eu lembro dos meus rios
Em mim mesma mergulhada
Águas que movem moinhos
Nunca são águas passadas ”
Maria Bethânia
O que temos nós a aprender com as águas?
Água é para o Taoísmo o símbolo de “sabedoria”, Heráclito, filósofo Grego tornou-se famoso por suas metáforas com a água.
Somos gerados no líquido amniótico, onde ficamos até nascer, somos batizados com água na pira batismal, espargidos com água nas benções religiosas e os Hindus, após faleceram são cremados e suas cinzas jogadas no rio Ganges, o rio sagrado.
Bem! Deixando fantasias e poesias de lado, para mim água simboliza o presente, se águas que movem moinhos nunca são águas passadas, porque então, não deixar no passado as águas que pelo moinho já passaram?
Que tal estarmos atentos ás águas (os afetos) que passam “agora” nas pás do moinho do tempo, sem pensar no passado, afinal é mesmo só o presente que temos para viver.
Águas passadas são memórias..............
Memórias, se boas trazem alegria, se ruins entristecem..............
Entre águas doces e salgadas, amores e paixões, vamos deixando de ser afluentes para sermos rios e um dia, entraremos finalmente no grande oceano e seremos somente mais uma gota NELE.