Rabindranath Tagore, escritor indiano , no seu livro Gitanjali conta a seguinte história:
“De porta em porta, um velho mendigo sujo e faminto esmolava, quando ao longe avistou uma bela carruagem puxada por duas parelhas de cavalos brancos, toda adornada em ouro.
Quem será? É o rei dos reis, brandou em coro a multidão.
O coche parou tendo a porta frente ao pedinte, o qual pensou: Quem sabe é agora minha oportunidade chegando?
Sua majestade estendeu a mão ao mendigo e lhe perguntou: Que tens tu para me dar?
Respondeu o esfarrapado: Ah! Que capricho de rei é esse a pedires a um pedinte?
Confuso, o andarilho abriu seu alforge, tirou e entregou ao rei um grão de trigo, o menor de todos.
O rei foi-se embora, no final do dia, o mendigo abriu seu alforge e para seu espanto encontrou um brilhante........ o menor de todos.
Chorou e disse: Oh! Meu Rei, lamento não ter tido coragem de me haver dado todo a ti.”
Será que temos nos dado “todo” à alguém?
Pelo menos aos que amamos?
Ou temos dado (carinho, atenção, acolhimento) em forma de nossos menores grãos?
O autor é Psicanalista e possui Especializações em: Mitologias (CEFAS), Sonhos e Símbolos (SPAG), Ópera e Psicanálise (Unicamp), Transtornos Psicossomáticos (S.N.H), Neurociências e Psicanálise (Soc. Psicanalítica de Campinas), Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (CEFAS), autor do Livro Lara e Leonora.