Ubuntu é uma “filosofia de vida” conhecida em todos os países da África, seu significado realça que a única maneira de evoluirmos como humanos é sendo muito atento aos relacionamentos.
Seria como que: compartilhando é que se conecta com toda a humanidade e a tradução para o português fica assim:
“ Sou o que sou pelo que nós somos”.
Uma pessoa focada em “Ubuntu”, está sempre de “mente-aberta”, não julga os outros, tem real consciência que o “outro” é tão valioso quanto a si mesmo ou qualquer outro.
Ubuntu permite uma definição de uma “pessoa” de acordo com seus relacionamentos, donde se origina a expressão: “Zulu umuntu ngumuntu ngabantu”, com o sentido de: “Uma pessoa somente vem a ser uma pessoa através de outras pessoas”, numa visão africana isso significa que:
“Uma pessoa se faz ser reconhecida por seu respeito com seus semelhantes e pela veneração à seus ancestrais”.
Entendo que o humano é o “filhote” mais frágil dos animais é o que mais necessita e por mais longo tempo ser higienizado, alimentado, vestido, acolhido e amado.
Alguns Psicanalistas dizem que a criança descobre o seu mundo através dos olhos da mãe, eu continuo a frase dizendo que após essa fase fuzional com a mãe, ele (bebê) começa a descobrir-se como um ser independente da mãe, pouco a pouco reconhece seus “cuidadores”, seu pai, supostamente quem deverá ser-lhe o embaixador da realidade e futuramente a família, a escola, a comunidade, o estado, pais e o mundo.
Então foi através de outras pessoas que esse ser se constituiu e pôde iniciar a jornada de seu autoconhecimento e sua potencialidade, como diria um músico, em determinado tempo ele descobrirá qual instrumento irá tocar ou seja quais serão seus valores e “dons”.
Sozinhos seriamos como o garoto Mógli ou o menino do filme L’enfant sauvage e para entender melhor o que é Ubuntu, assista o filme INVICTUS.
Concluo então que talvez devemos nos sentir gratos pelo que conseguimos ser e atentos ao que estamos “sendo”, pois segundo a Lei de Ação e Reação recebemos o fruto de nossas ações.
Post Scriptium: Dedico este artigo aos bons amigos Elaine e Belarmino Peres, ele lê e comenta comigo sobre esta coluna e um dia me perguntou: Como você encontra essas palavras “diferentes” (foi quando escrevi Serendipity), pensei e não soube responder, porém respondo agora: Querido Bela, eu não as encontro, elas que me encontram, me fazem tropeçar nelas, “passam o pé” em mim.
O autor é Psicanalista e possui Especializações em: Mitologias (CEFAS), Sonhos e Símbolos (SPAG), Ópera e Psicanálise (Unicamp), Transtornos Psicossomáticos (S.N.H), O Desenvolvimento da Existência - Winnicott (S.N.H), Neurociências e Psicanálise (Soc. Psicanalítica de Campinas), Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (CEFAS), autor do Livro Lara e Leonora.