Amor e Desejo são irmãos, às vezes gêmeos, porém nunca univitelinos (inseparáveis).
Desejo é impulso para absorver, ingerir, digerir, aniquilar, que para ser instigado não precisa nada mais que a presença do outro, da alteridade.
Desejo é uma compulsão em preencher a lacuna que separa o desejante e o outro, na medida em que este atrai e repele, seduz e se irrita com a indiferença.
Desejo deseja provar, consumir, explorar, tornar familiar e domesticar.
Em essência o DESEJO é uma pulsão de Morte, Tânatos um impulso à destruição, e embora de forma oblíqua, de autodestruição o que é seu segredo mais bem guardado, sobre tudo de si mesmo (inconsciente).
Desejo é um movimento energético centrípeto (de fora para dentro) enquanto que no Amor o movimento energético é centrífugo (de dentro para fora).
Amor é vontade de cuidar, preservar, alimentar e “exaltar” o outro.
Amor é doação, entrega, partilha, nele o “eu” que ama se expande doando-se ao outro, o amado.
Amor significa proteger, colocar-se à disposição, renúncia, sacrifício resultando em exaltação.
Se o desejo se autodestrói, o Amor se autoperpetua.
Amor é uma rede lançada sobre a eternidade, Desejo é um estratagema para livra-se do objetivo de tecer redes.
Interessante é que se Desejo e Amor fossem expressados por meio de cores, perceberíamos que um sempre vem parcialmente tingido com as cores do outro, Amor nunca aparece em estado puro, mas pode acontecer de o desejo assim com o ódio aparecer em seu estado puro, em sua cor sem nenhum tingimento, dai....... sai debaixo.......
Porém concluo que: tingidos minimamente ou não, se estamos conscientes ou inconscientes deles, se os temos sob nosso controle ou se eles nos controlam, não importa, o que realmente importa é que com eles nossa vida é mais COLORIDA.