“Tive o convite para o festival do mundo, e por isso minha vida tem sido abençoada.
Os meus olhos tem visto e meus ouvidos, ouvido.
O meu ofício nessa festa é tocar o meu instrumento, e tenho feito o que é possível fazer.
Agora pergunto: Quando enfim chegará a hora que poderei entrar, voltar ao útero do paraíso perdido e erguer o meu brinde silencioso?”
Adaptação de Gitanjali
RABINDRANATH TAGORE
Adoro a “visão de mundo” otimista, aquela que considera o mundo como um festival e a vida como “abençoada”.
Daí, penso comigo: Tenho eu “tocado o meu instrumento” ou seja exercido dignamente a oportunidade de “estar aqui”, vivo, saudável, otimista, celebrativo?
Se tudo em nosso planeta é feito de “ciclos”, estações , rotação, translação, meses, semanas, dias, nascimento, crescimento, envelhecimento e retorno ao paraíso perdido, porque não pensar na possibilidade de tudo ter sido um belo sonho, mas chegado a hora, “acordar”, voltar para a paz, que alguns experimentaram já em vida, intrauterina.
Que eu rompa o silêncio do brinde em êxtase somente quando tiver algo positivo a oferecer.
O autor é Psicanalista e possui Especializações em: Mitologias (CEFAS), Sonhos e Símbolos (SPAG), Ópera e Psicanálise (Unicamp), Transtornos Psicossomáticos (S.N.H), Neurociências e Psicanálise (Soc. Psicanalítica de Campinas), Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (CEFAS), autor do Livro Lara e Leonora.