Uma parceria desenvolvida entre a Ascorsi (Associação dos Coletores de Resíduos Sólidos de Itapira) e a Secretaria de Saúde do Município, por intermédio do setor de Vigilância Epidemiológica, vem realizando um trabalho de convencimento e esclarecimento junto a parcela de moradores que recolhem produtos recicláveis como meio de subsistência dos riscos que representa a opção em armazenar dentro de casa este tipo de produto. A servidora municipal Maria Cristina Nicoletti de Oliveira foi designada para coordenar este trabalho por parte da VE, enquanto que a Ascorsi incumbiu a assistente social Lucieli Altafini para contribuir com suas habilidades profissionais neste processo de aproximação com os moradores.
Maria Cristina disse que em fevereiro deste ano a atual chefe do setor de Vigilância Epidemiológica, Josemary Apolinário - que já ocupou anteriormente a função para a qual foi designada - lhe pediu para que focasse a questão do aumento do número de pessoas que guardavam material reciclável, que via de regra acaba gerando reclamações de vizinhos. Josemary contou que este tipo de colaboração não é propriamente uma novidade. “Desde a criação da Ascorsi em 2008 já havia esta determinação em criar condições adequadas de armazenamento e manejo de matéria reciclável . Com a evolução da própria estrutura de atuação da Ascorsi este trabalho acabou sendo facilitado”, observou.
Para convencer os coletores autônomos a tomarem os devidos cuidados, a equipe fala sobre riscos à saúde pública como por exemplo a proliferação de animais peçonhentos, ratos e até o mosquito da dengue. As equipes do programa Médico da Família também dão sua contribuição, detectando pontos de acúmulo de material. Segundo Maria Cristina, foram abordados moradores em diversos pontos da cidade. “Não se trata de um fenômeno localizado num ou outro bairro”, registrou.
Lucieli conta que pelo menos seis pontos de despejo de resíduos foram localizados nos últimos meses e que a abordagem, via de regra, tem sido tranquila. “Temos sido bem recebidas, as pessoas nos dão atenção. O problema maior é convencê-las de que se associar à Ascorsi é uma alternativa melhor do que agir individualmente”, comentou.
Campanha
Colocando em prática uma campanha de informação gestada numa reunião do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente), a Ascorsi vem fazendo uso dos meios de comunicação para convencer aquelas pessoas que ainda relutam em deixar o lixo reciclável em dias de coleta específica a fazê-lo da forma correta. A bióloga Maria Odete Mello Sant’Ana , da equipe de coordenação da Ascorsi considera crucial envolver a população. Atualmente a associação tem recolhido cerca de 60 toneladas/mês e a meta é chegar a pelo menos 100 toneladas até o final do ano, meta esta que ela enxerga obstáculos para seu cumprimento. “Tem aumentado o número de coletores autônomos, o que dificulta nosso trabalho. Tem ainda a questão das pessoas que ainda misturam lixo orgânico com o lixo reciclável”, ponderou.
A Ascorsi aguarda ainda, segundo ela, um encontro com o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) para que a Prefeitura contribua na tarefa de orientação dos moradores para que coloquem o lixo reciclável no dia correto da coleta e devidamente embalado, atitude que no entendimento da Ascorsi, ajudaria bastante.
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