A maioria das cidades do mundo se desenvolveu tendo um rio, grande ou pequeno, por perto. Usando e abusando. Daquele leito de água doce se tirava – ainda se tira - o precioso líquido para matar a sede das pessoas e dos animais, para irrigar vegetais, na produção de materiais e alimentos...  As cidades foram crescendo, os rios passaram a receber e a conduzir esgoto e detritos industriais. Suas margens desrespeitadas, suas calhas transformadas, seus cursos retificados, sua vegetação protetora dizimada, enfim...  

À medida que cresce o conhecimento humano na lida com os recursos naturais, pessoas, poder público e empresas descobrem a responsabilidade da preservação e o conceito da sustentabilidade.

Bem sabemos que o Meio Ambiente não pode depender de meia dúzia pessoas preocupadas com a sua preservação. O desenvolvimento sustentável exige o envolvimento da maioria. 

A boa notícia é que a cada ano, mais e mais pessoas estão buscando corrigir os erros históricos, estão se policiando mais, cuidando melhor do mundo em que vive. A má notícia é que esse número é ainda muito pequeno.

Itapira, aos trancos e barrancos está avançando. Tem 100% do esgoto tratado, um sistema de recolha e separação de materiais recicláveis, conseguiu aprovar o código do meio ambiente (só falta entrar em operação), várias entidades promovem eventos de educação ambiental não necessariamente sistemáticos.

A Penha, de grande poluidora na fase inicial, é a primeira grande empresa itapirense a entrar de corpo e alma na preservação ambiental, ao reconhecer a importância do Ribeirão da Penha na sua existência. Começou a partir deste domingo, 25, a desenvolver a ação “Preservação do Ribeirão da Penha – Responsabilidade Social e Ambiental” na tentativa de retirar todos os resíduos descartados de forma inadequada na água ou fora dela. Mais do que isso, buscará sensibilizar a população a evitar as práticas inadequadas.

O funcionário Ricardo Alexandre Carneiro Pinto, supervisor de desenvolvimento e controle de qualidade, explicou que a política da Penha S/A está fortemente direcionada para a responsabilidade social e ambiental e, dentro desse conceito, funcionários, chefes, coordenadores, supervisores e gerentes se reuniram para definir ações proativas. “A primeira providência foi constituir uma comissão interna com o objetivo de desenvolver trabalhos para mostrar a preocupação da Penha com a responsabilidade social e com o meio ambiente. Valorizando as pessoas que já realizam ou realizaram trabalhos nesse sentido, além de trazer os familiares para o processo”, disse Ricardo.

A analista ambiental, Ludmila Augusta Bueno Peruchi, salientou que este é o primeiro evento de porte na área de responsabilidade social e preservação ambiental que a Penha desenvolve no trecho do Ribeirão da Penha, que é justamente onde ela atua, através da captação de água superficial e lançamento de efluente tratado. “A gente se utiliza do rio para garantir o funcionamento da nossa fábrica. Em retribuição, estamos fazendo uma ação para garantir a sua preservação. Não só para a fábrica, mas para a comunidade como um todo”, enfatizou.

Ludmila esclareceu que a empresa tem uma estação de tratamento de efluentes, que realiza o tratamento físico-químico através do uso de produtos adequados, que promovem a decantação de efluentes, a separação da parte sólida. O lodo que é o resíduo sólido é destinado a um aterro industrial licenciado e a água tratada na estação é devolvida para o rio com uma qualidade melhor do que a água captada. “Nós monitoramos todos os parâmetros ambientais, mensalmente, através de análises laboratoriais, em conformidade com todas as exigências da Cetesb, dos órgãos ambientais competentes”, explicou.

Ludmila informou que faz parte da política da fábrica e constantemente são desenvolvidos treinamentos para a capacitação e conscientização ambiental de todos os colaboradores. “Nós estamos investindo bastante na nossa mão de obra, em função da certificação ambiental ISSO 14001.” E continuou: “Em principio o foco é o rio, mas o plano geral envolve a ampliação para os outros bairros da cidade, queremos aumentar as áreas verdes no município”.

Para encerrar, Ludmila disse que além da limpeza promovida hoje no rio, 40 árvores, nativas e frutíferas, foram plantadas: “anualmente a Penha financia o plantio de 100 mil mudas de árvores nativas, disponibilizadas à Prefeitura Municipal, incumbida da plantação em praças, canteiros, nos bairros. Uma parceria entre a Penha e o Viveiro de Mudas Municipal”.

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