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Notícia
03/02/2014 | Pessoas que enfrentam o sol a pino para defender o pão de cada dia

 

Adriano improvisou uma bandana no boné para proteger o pescoço

 

O sol inclemrnte tem sido apenas mais um obstáculo para muitos trabalhadores que não têm nem como sonhar com o ambiente climatizado de muitos escritórios, lojas, estabelecimentos comer­ciais, prestadores de serviço e de atendimento público da cidade. Muitas pessoas enfrentam o solescaldante para garantir o pão de cada dia sem ao menos se prote­gerem dos raios solares com um protetor.

Na quarta-feira, 29, quando a temperatura bateu 33,4 graus positivos no começo da tarde, a reportagem de A Cidade percorreu diversos pontos da cidade para con­ferir a vida dessas pessoas. No céu, nenhuma nuvem. A sensação térmica para um grupo de servidores municipais que estava na rua Soares era ainda pior.

Eles executavam o traba­lho de retificação do asfalto cuja matéria-prima, emulsão asfáltica, acrescia vários graus à sensação térmica do momento, seguramente mais de 40 graus. “Não é fácil não, mas a gente está acostumado”, disse Reinaldo Uzenfati, 40 anos de ida­de, 17 deles na prefeitura. Ele disse que a Prefeitura disponibiliza todos os EPIs (Equipamentos Individuais de Segurança), inclusive protetor solar. “Eu uso pro­tetor, mas tem gente que não. Acho que o que pega mesmo neste serviço é o fato que a gente não recebe insalubridade”, lembrou.

Na rua Almirante Barroso uma equipe de trabalhado­res fazia capinação de guias e sarjetas debaixo daque­la ‘lua’. Adriano Augusto Mariano, 35, era um dos trabalhadores enfrentando o sol. Contratado da empresa Amazon – que ganhou con­corrência para executar este tipo de serviço – mostrava que o uniforme básico para enfrentar os raios solares era uma camiseta de manga comprida. Nem óculos de sol, nem chapéu, muito menos protetor solar. Com um pano ele improvisou uma bandana para proteger o pescoço. Disse que já tinha trabalhado como servente de pedreiro e que estava acostumado. Mas ressaltou que gostaria de poder comprar protetor solar. “Não compro porque é muito caro“, disse. O colega José Marcelino, 62, outro com a pele curtida por causa da exposição no sol, tinha apenas um boné na cabeça e a manga comprida. “A gente acaba se acostumando. Não tem outro jeito”, disse.

O carteiro Valdir Adão da Silva, 46 anos e há 27 nos Correios, faz parte de uma equipe cujo lema é ‘Nem a neve, nem o frio, nem a chuva, nem o calor e nem a escuridão da noite impedirão estes carteiros de completar suas rotas designadas’. O mote é inspirado em um trecho de Homero, que relata as maravilhas do serviço de entregas do antigo Império Persa. Ele conta que existem macetes para enfrentar o forte calor como por exemplo procurar adiantar – quando isso é possível – a entrega no período da manhã. Mas nos tempos modernos os cartei­ros contam com a moderna tecnologia dos EPIs.

A assessoria de comunica­ção dos Correios informou que fornece a todos eles. Segundo a nota, “a empresa, desde 2001, de maneira proativa, distribui filtro solar aos empregados. O produto distribuído é licen­ciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O seu fator de proteção é o FPS 30 que protege a pele até 30 vezes mais do que se não o tivesse sido aplicado e oferece alta proteção contra queimaduras solares. Além disso, os Correios fornecem outros acessórios como óculos de sol, camisas de mangas longas, bonés e chapéus para todos os car­teiros e motoristas”.

Indiferentes

Alguns profissionais defi­nitivamente preferem ignorar os alertas dos médicos sobre a exposição ao sol.É o caso do pedreiro Mauro Laurindo Peres, 66 anos de idade e 48 anos de profissão. “Nunca fiquei doen­te. E olha que nossa profissão exige subir em telhados, muros e andaimes debaixo de sol”, lembrou. Ele disse que nunca passou protetor solar.

Mesmo caso do pintor Job Expedito Jesus de Oliveira, 56 anos e 40 de profissão. Ele fica no sol sem camisa. “Nunca usei protetor, às vezes fico com medo disso”, admitiu. Uma pessoa próxima,Cleide Santos, funcionária do Clube da Saudade onde Oliveira trabalhava nesta semana disse que já o advertiu sobre a falta de cuidados. “Tive um primo que morreu por causa de um câncer de pele. Ele trabalhava no roça de cana e também não se protegia”, revelou.

Valdir, adiantar serviço e uso de EPI como defesa
 
Job trabalha sem camisa

Fonte: Da Redação do PCI

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