Apesar de condenada pelos ambientalistas, a prática de pintar o caule de árvores resiste. A direção de um famoso condomínio da zona rural da cidade retrocedeu da ideia após advertência feita por pessoas próximas aos moradores.
A justificativa era a mesma de sempre: uma forma de embelezar a paisagem. No entanto, tal prática além de ser de gosto duvidoso, acarreta prejuízo às plantas.
O biólogo Anderson Martelli, da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, recrimina a prática. Ele acha que as pessoas se apegam a uma tradição que vem caindo em desuso. “Acaba prejudicando todo um mini-ecosistema que atua nas plantas. Melhor do jeito natural”, disse. Ele informou que recentemente uma empresa da cidade fez uma consulta de como proceder a caiação - nome popularmente dado à prática - e deu orientação explícita para evitar que isso fosse feito. “A pessoa que me consultou deu o braço a torcer e compreendeu os argumentos usados por mim”, revelou. Seu colega de repartição, o técnico ambiental Fábio Alexandre Giovelli, encarregado do plantio e orientação de poda e erradicação de árvores do município avalia que na maioria das vezes este procedimento é feito com boa intenção. “Eu mesmo, há muitos anos, pintava o pé de árvores achando que era bonito esteticamente falando. Depois que me informei melhor sobre o assunto passei a orientar as pessoas. O que é necessário é exatamente isso, uma campanha de esclarecimento”, defendeu
Maria Odete Mello Santana, também bióloga e com fama de ser implacável na defesa das árvores, contou que tanto a cal, como outras formas de corantes artificiais, representam um risco às plantas. “É como se você passasse algo tóxico no seu próprio corpo”, comparou. Também argumentou que existe todo um conjunto de fauna em cada planta e que o argumento de que algumas pessoas usam a caiação para impedir a circulação de formigas pela planta é falaciosa. “Existem pesquisas comprovando que esta prática prejudica a formação e a saúde das plantas”, arrematou.
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