O consumidor reclamou do preço dos ovos de chocolate, em média 8% mais caros do que no ano passado, mas as vendas mantêm o patamar imaginado pelos revendedores, em alguns casos até aumentaram. Ricardo Zeferino, do Supermercado Cuba­tão, disse que normalmente o estabelecimento adquire dos fabricantes uma quota maior do que no ano anterior. Ele confirma que a indústria repassou um preço em média até 10% mais caro. Apesar disso espera que neste sábado, 19, o consumidor tenha dificuldades, por exemplo, para encontrar lançamentos. “Ovos que trazem novidades, praticamente acabaram todos”, atestou.

Ele disse que espera um sábado de muita correria. “Aque­les que deixaram para a última hora certamente vão se lembrar do ovo no sábado”, comentou.

Adilson Delalana , do Super­mercado Delalana, disse que o fato da indústria ter repassado um aumento por ele considerado ‘salgado’ o demoveu de fazer uma compra maior este ano. “Em alguns itens eu até diminui os pedidos”, confessou. Ele dis­se que um tipo ovo de Páscoa, aquele que traz brinquedos, é o mais procurado. “Normalmente os pais acabam comprando es­tes que têm brinquedinhos por insistência dos filhos”, avaliou.

Com relação aos ovos casei­ros, o atacadista Rogério Vieira de Mello, da Comercial Santa Helena, em Mogi Mirim, garante que o preço da cobertura de chocolate caiu em média 15% com relação ao ano passado. “Repassamos esta diminuição do preço aos nossos clientes e o resultado foi o melhor possível. Chegamos às vésperas dosábado de Aleluia com nosso estoque praticamente zerado. Se tivesse mais chocolate, venderia tudo”, acrescentou.

A dona de casa Deise Vivian Maria Fernandes, que fabrica ovos caseiros , disse que não encontrou desconto no preço final da matéria prima. Ainda sim foi à luta. É o terceiro ano que dedica parte do seu tempo para confeccionar ovos e bombons. “Como tenho também que cuidar da casa, não tenho tanto tempo assim disponível, mas ainda sim compensa. Dá para ter uma rendinha extra muito bem vinda”, comentou. No total acredita que terá vendido cerca de 60 ovos de vários tamanhos. Para propagandear seus artigos, usou a internet e o boca a boca com amigos. Comparando com os dois anos anteriores, cresceu a procura e garante que se tivesse mais tempo, poderia ter um lucro ainda maior.

Reabilitado

E para os chocólotras, uma boa notícia. Estudos recen­tes indicam que o chocolate com maior concentração de cacau, o chamado meio amar­go, desde que consumido de forma parcimoniosatraz benefícios especialmente para o coração.

A nutricionista Aleandra Mar­catti, que trabalha na Secretaria de Educação do Município, diz que o chocolate com alta concen­tração de cacau (70%) contém flavanoides , um elemento que ajuda a prevenir doenças do coração. O chocolate é rico em flavonóides, poderosos antio­xidantes naturais que limitam o estresse e diminuem o risco de doenças cardiovasculares, cânceres e outras doenças”, reve­lou. Ela fala ainda dos benefícios anti-oxidantes, com a presença do HDL (colesterol bom). “Ele age no sistema cardiovascular ajudando por exemplo a diminuir a pressão sanguínea”.

Faz um alerta, no entanto, do exagero no consumo prin­cipalmente do chocolate mais tradicional em doses elevadas. “Tem muito açúcar e também gordura. Todo alimento com estas características deve ser consumido sempre com muita moderação”. Lembrou que alguns fabricantes ven­dem chocolate hidrogenado, que apesar de mais barato que o chocolate ao leite, é mais nocivo à saúde. “Têm um brilho mais intenso do que o chocolate ao leite e muita gordura. É bom evitar”, aconselha.

Questionada como ela lida comaquestão dascriançasterem verdadeiro fetiche por ovos de chocolatesendoaresponsávelpor elaborar o cardápio da merenda nas escolas, Aleandra conta que existe dentro da própria Secre­taria de Educação uma cultura de valorização aos alimentos saudáveis e que este tipo de orientação bate sempre na tecla do consumo responsável do chocolate e outras guloseimas. “Nóssempre salientamosparaos paiseresponsáveisqueprocurem mostrar aos filhos a importância de alimentos mais saudáveis como verduras e legumes. É claro que numa situação específica a criança pode e deve saborear algo mais atraente dentro de seu universo. O que não pode, é haver exageros”, concluiu