A decisão do governo federal em majorar o preço dos combustíveis no início desta semana - álcool e gasolina em média 4% e diesel 8% - não trouxe maiores reflexos no preço final praticado nos postos da cidade. Em média, o álcool e a gasolina tiveram o preço acrescido em cerca de dez centavos, ao passo que o diesel subiu cerca de 20 centavos.
“Não está pesando tanto assim, na verdade nem tinha reparado que teve aumento”, comentou o aposentado José Ferreira Sobrinho, quando abastecia um automóvel Gol com gasolina no Posto Modelo. Jurandir Pereira, representante de vendas que abastecia no Auto Posto Coloço, com álcool, disse que este combustível já tinha subido na semana anterior. “Estava pagando bem menos. Do jeito que está logo vou ter colocar gasolina”, revelou.
Oswaldo Pereira, há 42 anos trabalhando como motorista de caminhão, estava inconformado. “O diesel vem subindo muito. Quando a gente chega para quem encomenda o frete e pede um aumento no preço, via de regra ouvimos que isso é impossível. Vai chegar uma hora que não vai mais compensar continuar trabalhando”, reclamou. José Augusto Chagas Audi, empresário do setor de postos disse que aumento no preço “é sempre um assunto complicado”. Ele avalia que as vendas estão de certa forma estagnadas em que preço maior pode representar uma retração também maior. Além disso, segundo ele, o percentual que o governo divulga nunca é aquele que as distribuidoras repassam. “A nossa margem de lucro vai se comprimindo cada vez mais”,lamentou.
Um empresário ligado ao setor de álcool, e que pediu para ter a identidade preservada também reclamou bastante. “O governo usa a Petrobrás para segurar a inflação, sem se incomodar se esta política vai quebrar um setor importante da economia. Hoje são dezenas de usinas de álcool que estão literalmente quebradas em todo o Estado de São Paulo”, apontou.
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