O setor de Promoção Social da Prefeitura está em fase final de negociação para dar solução a um caso que tem tirado o sono das profissionais que atendem no Centro de Referência de Assistência Social, o CRAS I. Um idoso, morador da Rua Ari Barroso, na Vila Izaura, enquadrado dentro de situação de vulnerabilidade social, resiste à ideia de abandonar o imóvel de sua propriedade, cujas condições atuais oferecem extremo risco.
O caso vem sendo acompanhado desde fevereiro, quando o assunto foi levado para o CRAS I, que atende Vila Ilze, Vila Izaura e todos os arredores, por iniciativa do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso. A psicóloga Erica Regina de Castro contou que desde então diversas medidas foram tomadas na tentativa de oferecer a Antonio Bernardo Filho, de 65 anos, condições mais efetivas para que possa ter uma vida mais digna.
Antonio relatou que era mestre de obras e reside por cerca de 50 anos no mesmo local. Como sempre trabalhou como autônomo, não tem aposentadoria. Ele conta que teve roubados os documentos da casa que ocupa. Ele reluta em deixar o imóvel. “Se tivesse uma aposentadoria, devagarzinho eu reformava a casa”, estimou. Vizinhos contaram que ele vive da ajuda das pessoas. “Minha mãe, que também não tem muitas condições, eventualmente ajuda ele com alimentação”,disse uma vizinha.
As condições do imóvel são precárias. Nem mesmo energia elétrica tem.
Segundo a psicóloga Érica, apesar de imaginar que ele mesmo poderia realizar uma reforma, Antonio não tem mais condições efetivas de exercer o ofício no qual era muito requisitado quando mais jovem. A Defesa Civil e o Setor de Planejamento estão cuidando do laudo de interdição do imóvel.
De imediato, a Promoção Social conseguiu a concessão de dois benefícios de complementação de renda, um do governo federal e outro do governo estadual, que lhe garantem algo em torno deR$ 200. Como atingiu no mês passado 65 anos, foi dada entrada no processo para que ele possa receber um salário mínimo de aposentadoria concedido em condições especiais para pessoas idosas como é o caso dele.
Érica acredita que a partir do momento em que o benefício for concedido, o aposentado terá condições de locar um imóvel adequado às suas necessidades. “Eventualmente poderíamos até inscrevê-lo num programa habitacional”, sugeriu. Enquanto isso, o CRAS vem negociando com ele um lugar para que fique provisoriamente e, segundo a psicóloga, o morador estava inclinado em aceitar a possiblidade de receber atendimento no Instituto Samaritano, especializado no atendimento a pessoas com vulnerabilidade social.
Chuvas
Érica explicou que ele havia rejeitado outra proposta, a de ser atendido por uma instituição especializada em idosos. Com a chegada da estação das chuvas, ela considerou que não tem mais como protelar uma ação efetiva e está otimista num desfecho positivo. “Com a chegada da época da chuva, aumenta consideravelmente o risco da casa ruir. Nossa maior preocupação é com a integridade dele”, finalizou.
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