A Prefeitura de Artur Nogueira pretende romper o contrato com a organização não-governamental "Prá Frente Brasil", da ex-jogadora de basquete e vereadora de Jaguariúna, Karina Rodrigues. A entidade é suspeita de usar empresas de fachada para desviar dinheiro público. Nos últimos seis anos, a entidade comandada pela ex-atleta recebeu R$ 28 milhões do Ministério do Esporte.
A ONG "Pra Frente Brasil" atende cerca de mil alunos com idades entre 7 e 12 anos em Artur Nogueira. O contrato com a prefeitura prevê atividades esportivas desenvolvidas fora do horário de aula, na própria quadra da escola. A Pra Frente Brasil é responsável pela distribuição de lanches para as crianças e, além de recursos do Ministério do Esporte, o projeto recebe R$ 120 mil por ano do município.
Em uma escola da cidade, onde são atendidos 200 estudantes, a vice-diretora Josiana Delgado diz que, apesar da proposta ser boa, o número de monitores é insuficiente, o que contribui para dispersar os alunos e afetar o trabalho.
Duas empresas são responsáveis por 70% das doações oficiais para a campanha para a Câmara em 2008.
Segundo o secretário de Educação de Artur Nogueira, Alcebíades de Sá, há algum tempo sua pasta começou a receber reclamações das escolas municipais sobre a qualidade dos serviços prestados pela ONG. A prefeitura, segundo o secretário, já teria decidido não renovar o contrato com a "Pra Frente Brasil" em 2012, mas devido às denúncias, decidiu pelo rompimento imediato.
Nove cidades da região de Campinas tinham ou têm contrato com a ONG comandada por Karina. A Prefeitura de Santo Antônio de Posse encerrou a parceria em junho e informou que o contrato não será renovado. Jaguariúna vai apurar se há irregularidades e Iracemápolis, que aparece na matéria veiculada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, já rompeu o contrato. Na reportagem, a vereadora Karina negou que haja irregularidades no projeto e disse não ver problemas em contratar empresas de pessoas que conhece.
As prefeituras de Holambra, Serra Negra, Sumaré e Elias Fausto informaram que não devem romper o contrato, já que o serviço tem sido prestado normalmente. As administrações municipais de Itapira e Engenheiro Coelho não passaram informações sobre o contrato com a ONG.
O advogado da entidade, Eduardo Roberto, não comentou os contratos com as prefeituras, mas disse que Karina Rodrigues deve chegar hoje da Argentina e se pronunciar sobre o assunto.
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