"Para quem devo transferir o poder? Para aqueles que estão tentando fazer um golpe? Não. Faremos através das urnas", afirmou Saleh em entrevista à cadeia britânica "BBC" reproduzida pela agência oficial de notícias "Sana".
As declarações acontecem em um momento delicado, já que coincidem com anúncios oficiais que Saleh está disposto a ceder o poder nos termos fixados por uma iniciativa do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo, órgão multilateral liderado pela Arábia Saudita que congrega os países da região do golfo Pérsico).
Embora na entrevista à "BBC" Saleh se comprometa a deixar ao poder ao vencedor nas urnas, em nenhum momento determina se será nos prazos da iniciativa do CCG.
Não é a primeira vez que o presidente iemenita diz estar disposto a deixar o poder, e inclusive anunciou que não tentará sua reeleição no pleito que inicialmente está previsto para 2013.
O governante, no poder no Iêmen desde a unificação entre o norte e o sul em 1990, acusou a rede terrorista Al Qaeda de se infiltrar entre os que pedem sua renúncia nas manifestações que diariamente acontecem na capital e em outras cidades do país. "A Al Qaeda está movimentando entre os grupos [da oposição], e isto é muito perigoso", acrescentou.
Sobre a iniciativa do CCG, disse que a analisará dentro do marco da Constituição, mas lembrou que a oposição se negou a integrar um governo de unidade, um dos pilares da proposta dos países do golfo Pérsico.
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