Ivanilde ao lado da vice-diretora Fatima, aquela que deu a maior força para o preenchimento da vaga
No dia 15 desate mês celebra-se em todo o Brasil o Dia do Professor. A Cidade, numa forma de homenagear a categoria, foi buscar detalhes a respeito de uma nova função que aos poucos começa a ganhar espaço nas escolas estaduais, a do professor mediador, uma novidade introduzida pela Secretaria de Estado de Educação a partir de 2011 e que em Itapira possui dois profissionais desempenhando a função.
A professora Ivanilde Felipe Borges, com 17 anos de Magistério é uma, a serviço da Escola Elvira Santos de Oliveira. O outro é um professor que vem de Amparo para executar a função na Escola Antonio Caio.
Ivanilde tem uma trajetória muito peculiar. Foi, durante 10 anos, secretária do setor de exportação da antiga Nogueira S/A. Falava inglês fluentemente. Um dia, para cuidar das filhas Jaqueline, Isabela e Rafaela, decidiu se afastar do trabalho. Fez curso de Letras e acabou passando no concurso do Magistério, ingressando na ESO e também no Colégio Objetivo, onde atualmente também é coordenadora da biblioteca.
O convite para ser professora mediadora veio assim, conforme explicou, ‘meio de estalo’. A vice-diretora da ESO, Fátima Aparecida Bonelli de Milano, soube da iniciativa da Direção Regional de Ensino em preencher vagas para este cargo e intuiu que Ivanilde seria uma boa escolha. “Ela é pacienciosa, atenciosa e dona de uma linguagem que cativa alunos de todas idades. Achei que era o perfil dela, por isso lhe ofereci”, esclarece a amiga.
Ivanilde conta que o projeto tem até nome oficial: Sistema de Proteção Escolar. Primeiramente elaborou um projeto de atuação que foi avaliado e aprovado pela Direção de Ensino. Depois dedicou-se a um curso on- line aplicado pela Secretaria, onde se aperfeiçoava no assunto. “Cada vez mais fui me entusiasmando e achando que eu era a pessoa certa”, recorda. Lembra ainda que a única regalia que o cargo propicia é uma sala própria devidamente equipada. O salário é o mesmo.
Afastamento
Aí, quando tudo ia de vento em popa, Ivanilde sofreu um duro golpe do destino, quando teve diagnosticado câncer de mama. O afastamento foi inevitável, para encarar a dura rotina de exames e tratamento a base de quimioterapia e radioterapia. Neste ínterim, jamais desistiu de sua profissão e na base de muita persistência se recuperou e voltou à luta neste ano.
Vem exercendo a função em toda sua plenitude. “Estou amando”, disse. Por razões éticas, ela não fala sobre problemas que enfrenta no dia a dia, mas deixa claro que na escola a sua função recebe muitos elogios. “É importante lidar com o emocional do aluno, trabalhar com a família, mexer de forma profunda em sua consciência e apontar caminhos corretos a seguir. Aquela rotina de ir à diretoria, levar suspensão, quando não, exclusão da escola, está com os dias contados. O orientação agora é outra”, esclarece.
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