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Itapira, 25 de Novembro de 2024
Notícia
03/04/2014 | Professora canadense faz intercâmbio no Brasil e fixa residência em Itapira

Natasha Samji tem 33 anos (completa 34 no próximo dia 13 de maio) e há sete anos é professora de inglês. Ela atua em uma renomada escola de línguas e trabalha com grupos de aproximadamente 17 alunos de diferentes níveis linguísticos. O perfil não teria nada de diferente se a escola de atuação de Natasha não fosse a ILAC (Internacional Language Academy of Cana­da), localizada em Toronto, no Canadá, onde reside.

Seu pai é do Kenya e sua mãe nasceu na Uganda, am­bos países do Leste Africano. Ela cresceu e foi educada no Canadá, na Inglaterra, na França e brevemente na África Central, acumulando um amplo conhecimento linguístico e cultural.

Na primavera de 2007, a então assistente de gerên­cia recebeu a oportunidade de se tornar professora em uma escola internacional de Vancouver, onde morava na época. Apesar da nova pro­fissão não ter constado em seus objetivos anteriormente, ela se preparou para tal e partiu para a nova missão.

Aos poucos, começou a se entregar para o novo ramo e se apaixonou pela oportu­nidade de poder passar seu conhecimento aos alunos e também conviver com pes­soas de todas as partes do mundo. “Nunca esteve nos meus planos me tornar pro­fessora, mas hoje vejo que essa é uma grande oportu­nidade de vida. Cada aluno que passa pela minha sala me oferece a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre seu país, sua cultura e seus costumes. É fantástico”, confidenciou.

Durante todo o tempo de atuação na área de ensino, recebeu diversos convites de diferentes pessoas para conhecer o Brasil e demais países da América Latina, mas a vontade de ingres­sar em um intercâmbio foi surgir somente depois do verão de 2012, quando o sócio-proprietário da Jet Incorporated, Gustavo Ces­con, foi um de seus alunos e a convidou para conhecer sua escola em Itapira. “Cerca de 30% dos meus alunos são brasileiros que estão em intercâmbio. Naquele verão, após uma semana de aula, Gustavo me abordou e me disse que tinha uma escola aqui em Itapira e se eu não me interessava em fazer uma visita para conhecer o país, a cidade e até dar algumas aulas”, contou.

Naquele momento ela disse não ter levado a con­versa muito a sério e somente algum tempo após o fim do curso que começou a pensar melhor no assunto e foi quan­do entrou em contato com o itapirense para acertar sua vinda para o Brasil. “Eu fiquei interessada pelos costumes e pela cultura brasileira. Vi o convite como uma opor­tunidade e aprender com os alunos brasileiros, inclusive a língua portuguesa. Além disso, era uma excelente oportunidade de viajar e conhecer alguns locais do Brasil e da América Latina, onde estou pela primeira vez”.

Natasha chegou em Ita­pira no dia 27 de fevereiro. No Carnaval, foi conhecer o popular Bloco do Urso da cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí. Na semana seguinte, com o retorno das aulas, passou a integrar o corpo docente da Jet e le­cionar para todos os grupos de alunos, desde os níveis básicos aos avançados. Em poucas semanas, a canaden­se manteve contato com crianças, jovens e adultos e classificou a experiência como ‘diferente’. “Eu sou a única na sala de aula que não fala português. No Canadá leciono para salas de aproxi­madamente 17 alunos, cada um de um país diferente, com culturas diferentes, mas todos falam inglês. Aqui é um novo desafio para mim e para eles. É uma dinâmica engraçada, pois estamos ensinando uns aos outros ao mesmo tempo. Só é uma pena, pois gostaria de poder passar mais tempo com cada grupo, ensinar tudo aquilo que sei”, disse.

Sobre o Brasil, Natasha Samji disse que ainda é cedo para tecer opiniões, mas ficou impressionada com a receptividade calorosa dos brasileiros, em especial dos itapirenses, que a recebe­ram de braços abertos. “É interessante, porque eu não falo português – mas estou melhorando a cada dia – e dependendo do lugar que vou muitos não falam in­glês. Mesmo assim, todos se esforçam muito para que possamos nos comunicar. Eles me ajudam com tudo e são super pacientes”, ressaltou.

Pela primeira vez em uma cidade pequena, a canadense destacou a proximidade dos moradores e a facilidade de encontrar conhecidos em todo o lugar. “Aqui todo mundo conhece todo mun­do, encontro com pessoas conhecidas em todos os lugares e conheço até os pais de meus alunos, isso é muito legal”. Em seu tempo livre, Natasha gosta de ir à academia, ler, sair com os amigos, ouvir música e viajar. Ela também confidenciou o gosto especial pela gastrono­mia e afirmou ter “adorado” a comida brasileira por ser fresca e saborosa, mesmo o cardápio simples do dia a dia. “Toronto é comparada com São Paulo, ou seja, muita correria e ritmo acelerado. Muitas pessoas sequer têm tempo para sentar e fazer uma refeição adequada e essa é uma grande chance para mim”, brincou.

Com o objetivo fixo de aprender a língua portugue­sa, a professora estrangeira tem se dedicado aos estu­dos através de programas de computadores, DVD’s e, principalmente, com o bate papo com colegas e alunos. ”Eu preciso aprender, afinal para qualquer lugar que eu for eu preciso me comunicar. Meu objetivo é aprender o quanto for possível”, lembrou.

Com estadia programada até julho, ela vai aproveitar a oportunidade para viajar. Nos próximos dias embar­cará para o Rio de Janeiro. Em seus planos ainda estão conhecer a Capital paulista e o Nordeste do país, além de outros países da América La­tina, como Chile e Colômbia, onde também tem amigos. “A minha sorte é que tenho bons chefes aqui que me permitem uma flexibilida­de de horários”, divertiu-se durante a entrevista.

Em sua experiência iné­dita, Natasha Samji espera poder transmitir parte de seu conhecimento da língua inglesa e também apren­der a falar o português. E em pensar em ficar tanto tempo longe de casa, ela revela que o intercâmbio tem uma parte difícil: ficar longe da família e dos ami­gos. “Muitas vezes sinto falta da minha família, dos meus amigos, de falar com eles. Apesar de ser uma excelente experiência conhecer um país novo, lugares e pessoas novas, aprender mais, isso não significa que seja fácil ficar longe das pessoas que amo”, confidenciou.

Apesar da saudade, a ca­nadense reafirmou que irá tirar o máximo de proveito desse período em solo brasi­leiro e revelou que “nenhum plano está certo ou assinado”, dando a entender que sua passagem por Itapira pode até ser estendida. “Prova­velmente estarei no Brasil na Copa do Mundo. Adoro futebol e alguns amigos virão para cá. Depois, quem sabe”, instigou.

Fonte: Da Redação do PCI

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