O ano de 2014 promete terminar de uma forma especial para o jovem André Brianti Panizzollo, de 21 anos. Portador de deficiência física causada por um acidente de moto quando tinha 14 anos, ele descobriu há pouco mais de um ano sua vocação para a prática desportiva do arremesso de peso e lançamento do disco e acabou recebendo ajuda da SEL (Secretaria de Esportes e Lazer) para desenvolver sua aptidão.
“O arremesso de peso e o lançamento do disco são atividades que exigem antes de mais nada de um porte físico avantajado. Isso eu tenho. Daí fui ver o que dava para fazer”, relatou. Embora negue que tenha se influenciado por este fato, seu pai, o feirante André Luiz Panizzollo, quando mais jovem, também foi atleta desta modalidade. “Sinceramente, decidi praticar as duas modalidades sem o desejo de me espelhar no que o meu pai um dia foi”, afirmou.
Apesar disso, acha importante ter dentro da própria casa este tipo de referencial e tem recebido dos familiares todo incentivo. A treinadora de atletismo Nathalia Lima , da equipe da SEL, conta que André possui enorme aptidão para a prática dessas modalidades e que vem realizando um trabalho específico, aliando apuração da parte técnica e fortalecimento muscular.
André treina pelo menos quatro horas por dia na Pista de Atletismo José de Oliveira Barretto Sobrinho. Segundo a treinadora, ele vem conseguindo melhoras contínuas em suas marcas e não teme em afirmar que em termos de Estado de São Paulo, atualmente, ele frequenta o pódio.
Ela prefere não criar expectativas com relação à Paraolimpíada do Rio de Janeiro, mas garante que em 2020, em Tóquio, estará em condições de ser um dos melhores do Brasil. “Ele é muito novo. Os atletas paralímpicos da modalidade que se destacam têm idade que gira em torno dos 30 anos para cima. Estes atletas estarão na descedente, enquanto ele vai estar na ascendente”, calcula. Luiz Domingues, secretário de Esportes e Lazer, pensa diferente. “Eu tenho convicção que se ele continuar treinando com esta disposição terá condições de participar dos Jogos no Rio”, acredita.
Domingues avalia ainda que existe um outro diferencial que pode fazer com que os resultados de André sejam mais expressivos, a prótese de sua perna. Segundo relatou, o jovem já está em processo de aquisição de uma nova prótese, bem mais confortável e com características que irão permitir que o atleta possa se aperfeiçoar ainda mais. “Evidentemente, caso ele evolua do jeito que imaginamos, o Comitê Paralímpico poderá futuramente investir numa prótese ainda melhor, cujos custos são proibitivos para a maioria das pessoas”, analisa.
Pai dá a maior força
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