Jorge Luis Bonaldo há 40 anos comanda a mesa de som da emissora itapirense: dedicação total à casa que o acolheu
Em dezembro de 1974, quando desembarcou do ônibus do Expresso Cristália, aquele jovem cheio de sonhos e projetos não imaginava que estaria iniciando uma nova etapa em sua vida. Uma etapa de sucesso, realizações, novas amizades e que dura até hoje, quatro décadas depois.
Com certa experiência como operador de som em emissoras de Mogi Mirim, Jorge Luis Bonaldo procurou a Rádio Clube para tentar uma vaga na emissora. Começaria ali uma história que já dura quatro décadas. Em sua carteira profissional está a comprovação dessa história que mistura sua trajetória como profissional e a história da própria emissora.
Apesar de algumas emissoras de rádio, principalmente as que operam em FM (Frequência Modulada), adotarem o sistema que utiliza o locutor com dupla função, a figura do operador de som é de extrema importância. É dele a função de dar ao locutor a tranquilidade necessária para que a comunicação com o ouvinte seja a melhor possível.
Quem ouve um programa radiofônico, seja musical ou noticioso, nem sempre se dá conta da presença de um operador do outro lado do aquário, como se diz na gíria do rádio. Do papel desempenhado por esse profissional depende toda a programação que gira em torno de quem está a frente do microfone.
Se não houver uma sintonia entre locutor e operador, não há talento que resista. Com um simples olhar ou um sinal, a comunicação entre ambos é estabelecida e a programação chega aos ouvidos de quem está com o rádio ligado sem atropelos.
Uma das figuras mais tradicionais no meio da comunicação está há 40 anos do lado de fora do aquário. Jorge Luiz Bonaldo, mogimiriano de nascimento e itapirense de corpo e alma, aportou na Rádio Clube no final de 74 e permanece até hoje dando suporte para os mais variados comunicadores.
Em seu currículo profissional ostenta uma extensa lista de comunicadores da região. Nomes como Alair Bellini, Moacyr Lopes de Almeida, Carlos Botelho, Luiz Gonzaga Boni, Dácio Clemente e Luiz Antonio da Fonseca, que ele trata como o professor Toy Fonseca, tiveram nele o suporte necessário para a boa comunicação.
Ao lado de Toy Fonseca, por várias décadas, foi o responsável pelo sucesso do Alô, Bom Dia, programa que mesclava músicas de qualidade com notícias e entrevistas pontuais. “Era um programa bem a frente do seu tempo”, elogia.
Bonaldo, ou Cebolinha da Clube, como é conhecido, já viveu as diversas fases da emissora e, ao completar quatro décadas de trabalho, se adaptou a todas as mudanças que a tecnologia proporciona. “Já montei muitas propagandas para um aparelho chamado Top Master”, lembra. “Era uma propaganda por cartucho, ao contrário de hoje, quando as propagandas são montadas em bloco e vão ao ar através do computador”.
E essa tecnologia não apaga da memória do operador os bons tempos dos toca discos. “Era disco que enroscava de repente e o jeito era improvisar”, recorda.
A figura do operador de som não se resume apenas em subir ou abaixar o som da música ou abrir o microfone para o locutor. Jorge Bonaldo é o responsável por pinçar as principais notícias em jornais para que possam ser transmitidas através do Jornal da Clube. “É o famoso gillete press, pois é como se as notícias fossem recortadas para serem lidas”, explica.
Externas
Bonaldo sempre atuou nas transmissões externas. Era Carnaval, a Clube estava presente? Jorginho Bonaldo estava lá. Eleições? Sua presença na mesa era fundamental, não apenas para colocar no ar quem estava no estúdio ou no local da apuração, mas principalmente na batalha por informações de outras cidades. “A apuração começava às oito da manhã, mas o trabalho começava bem antes e só acabava depois da apuração, que hoje é rápida por causa da tecnologia, mas em outras épocas muitas vezes atravessava a madrugada”, lembra.
Outros grandes trabalhos externos também constam de seu currículo, como Festa do 13 de Maio, Ginkana 30 Dia, Festa do Peão e Romaria. Em 84, por exemplo, quando a eleição das Diretas Já ocorreu, montou um estúdio na parte inferior da praça Bernardino de Campos, onde sabia que ocorreria da concentração de políticos.
Ciente da importância da figura do operador de som, Bonaldo faz questão de mencionar os companheiros de profissão que hoje desempenham a função na emissora. “Além de mim tem o Djavan, o Chico Carlos, o Maguila que atua como folguista e o Odair Sérgio faz técnica e locução no início do dia, das quatro e meia da manhã até as oito”, relata.
São 40 anos de dedicação à emissora. Quatro décadas registradas e sua carteira profissional. Um registro que, segundo ele, é motivo de orgulho. “Não é fácil encontrar alguém que tenha em sua carteira profissional um registro com 40 anos em um mesmo local de trabalho”, orgulha-se.
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