Baseando-se nos índices pluviométricos aferidos no município pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) e pelo INMET (Instituto Nacional de Metereologia) nestes primeiros nove dias de janeiro a situação é pior do que a registrada no início de 2014, ano marcado pela pior estiagem do Estado de São Paulo em 80 anos. Segundo dados do SAAE, choveu até ontem, 34,01 milímetros. Se a comparação for feita com relação à medição feita pelo INMET, a situação é ainda pior: pouco menos que 18mm. A diferença é que o pluviômetro do SAAE fica localizado na região central da cidade, enquanto que o INMET possui uma pequena estação metereológica dentro das dependências da Usina Nossa Senhora Aparecida.
O SAAE aferiu nos primeiros sete dias de janeiro do ano passado 76 mm, com a maior incidência nos dois primeiros dias do ano. No total, janeiro fechou com 126 mm, a segunda pior marca do histórico registrado pela autarquia a partir de 1998, perdendo somente para janeiro de 2001, com 115 mm. Especialistas no assunto avaliam que ainda é muito cedo para apontar que esta seja uma tendência. Ângela Ruiz, metereologista do Climatempo, disse que apesar da situação atual inspirar muito cuidado, pode haver uma reversão do quadro. “Nós aqui do Climatempo não trabalhamos com esta hipótese de que exista uma alteração definitiva do regime de chuvas da região Sudeste”, opinou. Ela mencionou estudo publicado pelo colega Alexandre Nascimento onde este aponta que o período deverá ser de normalidade. “No último verão nós tivemos um bloqueio oceânico no Pacífico Sul que bloqueou a passagem das frentes frias sobre a América do Sul. Com isso, a Alta Subtropical do Atlântico migrou de forma anômala para o continente,provocando um segundo bloqueio no Atlântico (agora, atmosférico). Como resultado,tivemos poucas frentes frias chegando à América do Sul e nenhuma avançando além do Rio Grande do Sul entre meados de dezembro e meados de fevereiro. Com isso, a temperatura ficou alta demais e a chuva muito abaixo da média,devido a esses dois bloqueios. Neste próximo verão não teremos bloqueios tão fortes assim. As frentes frias passarão e avançarão até o Sudeste eventualmente até o Nordeste provocando mais chuva do que no começo deste ano de 2014. Com mais chuva, devemos ter menos calor do que no ano passado (veja infográfico abaixo). Mas isso não quer dizer não teremos calor e que o problema da falta d’água nos grandes reservatórios será resolvido”, acredita.
Pelo menos para Itapira os dois últimos meses de 2014 foram generosos com relação a chuva. Em novembro foram 236 mm, enquanto que em dezembro, 243,2, segundo aferição do SAAE. Este bom resultado não impediu que o ano de 2014 como um todo ficasse na última posição dentro dos registros da autarquia com um total de chuvas acumulada durante o ano de 1.058,2 mm. No ano de 2005 foi registrado 671 mm, porquê a SABESP, quando assumiu, deixou de fazer a medição por nove meses. Em condições normais, a segunda pior marca foi registrada em 2010, com 1.272 mm.
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