O vice-prefeito e atual superitendente do Serviço Autônomo de Água e Esgotos, Antonio Eduardo Boretti, o Dado, defendeu em entrevista para A Cidade a nova metodologia adotada pela autarquia que elevou o consumo mínimo de dez para quinze metros cúbicos ( quinze mil metros de água) estabelecendo a tarifa mínima em R$ 18,10, já embutido o aumento que a cada começo de ano é repassado aos consumidores.
Ele disse que foi feito um estudo “minucioso e criterioso” a pedido do Prefeito José Natalino Paganini para que o alcance da medida atingisse o maior número possível de famílias. Para chegar ao resultado final, Dado garante que a assessoria técnica do SAAE promoveu uma “engenharia financeira” ao compilar informações como a taxa de inflação (IGPM) que determina os reajustes anuais, que ficou em 5,89% e o aumento efetivo de custos dos principais itens que compõe os gastos com captação, tratamento e distribuição da água. “ Dois itens que pesam mais, combustível com 8,35% e produtos químicos com 23,1% de majoração , foram os que mais pesaram na avaliação que objetivou oferecer uma tarifa mais justa para a grande maioria das pessoas, sobretudo àquelas de menor poder aquisitivo e manter a capacidade de investimento”, colocou.
Destacou ainda que o universo de famílias que foram beneficiadas pode saltar de 45% para mais de 50% se as pessoas que utilizam a faixa de 16 m³ economizarem cerca de 1 metro cúbico/mês (30 litros por dia). Nesta faixa a conta sobe para cerca de R$ 45,00 e segundo raciocínio de Dado, com um pouco de esforço esse morador vai pagar a nova tarifa mínima.
Robin Hood
Questionado se a atual administração não estaria usando da filosofia do personagem Robin Hood ( tirar dos ricos para dar aos pobres) já que para alguns, na prática o comércio e a indústria arcaram com aumento que ultrapassa 100%, Dado refuta estes argumentos. “Alguns fazem uma conta ligeira, ignorando que o mínimo também para as categorias comercial e industrial subiu para 15 m³, e que na antiga escala de 15m³ para estas categorias estaria sendo cobrado sem as mudanças feitas recentemente algo muito próximo do que passaram a pagar a partir de agora. Evidentemente que ao priorizarmos um custo menor para as famílias de menor poder aquisitivo, elevamos um pouco mais o custo pago pelos consumidores comerciais e industriais, mas nada que venha a desequilibrar os custos destes estabelecimentos conforme alguns querem fazer crer. A política de preço do SAAE de Itapira se ampara na premissa da justiça social . Os que mais consomem, evidentemente pagarão mais caro proporcionalmente , aliás, como acontece em todas as demais cidades”, observou.
Comparações
Aprofundando na questão das comparações, disse que Mogi Mirim vem praticando por 10 m³ cerca de R$ 17,00, sem repasse de aumento. Valinhos, R$ 18,40 por 10 m³ , também sem aumento. Ainda segundo números que desfiou, o custo da água para os consumidores em várias cidades, dispara quando se compara categorias acima do consumo mínimos. O sistema SABESP vem cobrando , sem aumento pelo consumo doméstico de 30 m³ , sem aumento da tarifa, pagam cerca de R$ 130,00, cerca de 30% mais caro do que o preço cobrado de consumidores do comércio e da indústria de Itapira. Ele tinha sobre sua mesa informações sobre tarifas praticadas por diversas cidades e conforme os dados mostrados, em Itapira se pratica uma das menores tarifas.
Dado: equalização das tarifas tem objetivo social