O cenário sombrio desenhado nos cadernos de economia dos principais jornais do país já bate nas finanças municipais. O secretário de Fazenda do município, João Batista Bozzi, afirma que a luz amarela já foi acesa.
“O atual momento é de apertar o cinto. As projeções sinalizam que a situação ainda vai piorar até o final do ano”, disse em relação ao crescimento econômico do país, que neste ano, segundo até mesmo o próprio governo federal admite, não deverá ultrapassar minguado 1% em 2014. Bozzi calcula que até o presente momento, pelo menos meio por cento dos mais de R$ 120 milhões do orçamento deste ano não irá se integralizar graças às variações negativas dos repasses estaduais e federais. Ele revela que no caso da participação no ICMS, houve até um acréscimo de 3,6% que não trará efeito prático algum exatamente porque a arrecadação do bolo total pelo Estado de São Paulo recuou bastante.
Segundo Bozzi, o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) vem acompanhando diariamente a evolução dos números e tem determinado a todos os secretários que ajudem ao máximo a melhorar a eficiência administrativa como forma de contornar a escassez de recursos. “Com receita em queda e cumprindo rigorosamente as despesas em Educação e Saúde, não sobra quase nada para investimentos. Tem ainda a agravante de que tivemos uma negociação salarial desgastante e a todo instante temos que ficar observando o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal para não ultrapassar os limites impostos para gastos com funcionalismo. Isso tudo acaba nos obrigando a agir com muita cautela e fazer os ajustes que se fizerem necessários.
Indagado se poderia haver demissões na prefeitura, Bozzi preferiu não aventar essa possibilidade, admitindo que se a situação piorar, será preciso cortar a própria carne. Toda esta situação de penúria ocorre no exato momento em que a equipe econômica e de planejamento da Prefeitura está debruçada na elaboração da peça orçamentária do ano que vem, o que, em certos casos, é um exercício de futurologia. “Algumas das previsões que fizemos no ano passado não se confirmaram, exatamente no que se refere à forte retração econômica. Precisamos ter os pés no chão”, defendeu.
A situação em Itapira na sua opinião só não é pior por causa de recursos extraordinários canalizados especialmente pelo governo Estadual via representação que a cidade tem na Assembleia Legislativa. “Tenho participado de reuniões com secretários de outras cidades e a percepção geral é de que as dificuldades estão se avolumando. A cobrança é muito grande e o cobertor é curto”, filosofou.
Indagado a respeito da situação do pagamento a fornecedores, Bozzi disse que o município vem cumprindo com seus compromissos de forma integral. “Não temos tido atraso de pagamento, salvo um ou outro caso com problemas de documentação”, garantiu.
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