O número é uma incógnita. Mas, algumas dezenas de itapirenses deverão se juntar à multidão que a partir do próximo dia 18 estará prestigiando na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, mais uma edição do Rock In Rio. Aliás, a cidade registra presença de itapirenses desde a memorável realização do primeiro evento em janeiro de 1985.
A agente de turismo Vanessa Cristina de Oliveira, proprietária da Agência Portal dos Sonhos, disse que vendeu diversos pacotes e considerou que a procura esteve dentro do esperado. A novidade, segundo ela, foi a de que muita gente preferiu o translado aéreo. “Vendemos muitos pacotes para pessoas que preferiram se deslocar de avião” informou. Vanessa conta que para dar um respaldo maior à venda de pacotes, firmou parceria com colegas de cidades vizinhas como Mogi Mirim, Mogi Guaçu e até Campinas. “No nosso caso, a maior parte vai curtir os shows com mais apelo do Rock mesmo”, comentou. Ela disse que os mais atrasadinhos ainda podem tentar ingressos. Para isso sugere que seja acessado o site
www.portaldossonhos.com.br.
Na cidade, alguns dos aficionados pelo Rock e música pop com experiência em Rock In Rio disseram que já não possuem o mesmo entusiasmo de anos anteriores. O bioquímico Francisco de Assis Marella, o Fran, que participou da segunda edição em 1991, diz que acha que o evento se tornou mais comercial. “Bandas interessantes que estarão tocando no evento vão se apresentar também em São Paulo. Fica mais fácil assistir”, comentou. Seu sobrinho Ari Francisco Cremasco Filho foi em 2001 e gostou. “Foi muito legal, com bandas excelentes”, disse. A exemplo do tio, prefere investir na visita que as bandas ‘mais rock and roll’ farão a São Paulo.
O 1º ninguém esquece
A reportagem conseguiu encontrar dois itapirenses que participaram da primeira edição, em 85, realizada no bairro de Jacarepaguá. O colaborador da Sociedade Recreativa Itapirense, Valter Cavalaro, 47, o Valtinho, foi um deles. Valtinho conta que tinha apenas 17 anos e viajou de ônibus. “As atrações programadas mexiam com a imaginação de pessoas que como eu gostavam muito de Rock. Fui tomado por um impulso muito forte e a despeito das dificuldades da época, acabei pegando a estrada”, contou. Ele disse que foi com o irmão Valdir e com outro colega que se chama Wágner, que segundo ele , hoje é radicado em São Paulo.
Valtinho conta que foram muitos os fatos marcantes daquela aventura, a começar pelo show de abertura com o Queen de Fred Mercury. “Não tínhamos o ingresso da estreia e aconteceu que muita gente invadiu o recinto e fomos na onda”, relembra. Conforto, nota zero. “Dormíamos na praia, tomávamos banho na praia e o dinheiro para comer era curto”, recordou. Valtinho conta que chegou a cruzar com outros itapirenses.
Um deles foi Vanderlei Zangelmi. O comerciante, de 58 anos , disse que além de gostar de rock outro fator que o motivou a ir ao evento foi a possibilidade de pedalar de Itapira ao Rio de Janeiro.
Zangelmi foi triatleta dos bons. Um ano antes já tinha ido a Brasília de bicicleta e achou que este novo desafio seria mais fácil. A maior dificuldade, segundo ele, foi o chuvoso início de ano em 85. Valtinho já tinha relatado esta experiência ao afirmar que literalmente meteu o pé na lama por vários dias.
Zangelmi conta que a chuva dificultou sua aventura. “Demorei três dias para chegar. Fui pela Rio Santos, que tem uma paisagem deslumbrante”, ilustrou. Lá no Rio de janeiro, permaneceu por três dias e teve mais sorte do que Valtinho, pernoitando na casa de um amigo de Itapira que morava lá. “Foi uma aventura inesquecível, que, se pudesse, repetiria tudo de novo”, arrematou.