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Itapira, 28 de Dezembro de 2024
Notícia
11/01/2015 | Rosa Iamarino fala sobre a Dengue em Itapira

 

 

 

 
 
A adoção de um teste rápido e a contratação de mais funcionários, além da realização de mutirões de limpeza a partir do próximo final de semana, são algumas das medidas anunciadas nesta semana pela secretária de Saúde, Rosa Ângela Iama­rino, para tentar estancar o número de casos de dengue na cidade, que fechou 2014 com 564 casos, segundo as estatísticas oficiais. Só não foi pior do que a epidemia de 2002 quando foram consta­tados 586 casos. Em 2010, outro ano complicado no combate à dengue, foram contabilizados 330 casos.
 
Ontem à tarde a assesso­ria de comunicação da Pre­feitura confirmou que por intermédio de um contrato emergencial, o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) determinou a contratação de mais 25 operadores de máquinas costais ( que fazem pulverização) aumentando o número de nove para 34 destes equipamentos em uso. O anúncio foi feito após a conversa mantida pela secretária de Saúde e a imprensa local no dia anterior, quando esteve acompanhada da enfer­meira Josemary Apolinária, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica.
 
Na quinta-feira, Rosa falou que para facilitar a comprovação da doença o município investiu na aquisição de um teste rápido que aponta o resultado no dia. Antes disso, o material coletado era enviado ao Instituto Adolfo Lutz, que tem capacidade limitada de atendimento diante da demanda muito forte. “A partir de um determi­nado número de exames o Instituto Adolfo Lutz passa a considerar até os casos suspeitos como oficiais devido a falta de estrutura para atender toda a sua demanda”, disse Josemary.
 
O novo método vem sendo realizado em todos os postos de saúde. “Evi­dentemente que o farão somente as pessoas que passaram por avaliação médica e se o profissional da área médica entender que o procedimento seja necessário”, disse Rosa. Além disso ela contou que a reali­zação do exame não exime o paciente da necessidade da realização de exames complementares como por exemplo o hemograma. “É uma forma de controle por exemplo da hemorragia”, afirmou a Secretária. Veja abaixo os principais tópicos da conversa:
 
Idoneidade
 
Rosa Iamarino afirmou ao ser questionada a respeito da desconfiança generalizada gerada em torno do número de casos divulgado que este tipo de suspeição é uma afronta aos profissionais da área de saúde pública que atuam no município. “Vocês acham que a doutora Edith (a médica Maria Edith Zaranza Capobianco Ribeiro, ex-diretora da VE) que a Jose ( Josemary Apolinário) que o doutor Humberto (o médico infectologista Carlos Humberto Rezende Póvoa) e outros profissionais tão dedicados e respeitados seriam coniventes com este tipo de ilação?”. Evi­dentemente que os dados apresentados são da maior confiabilidade e da maior seriedade. Não existe esta coisa de maquiar dados”.
 
Lotação
 
Rosa disse que os proble­mas decorrentes de lotação tanto no Pronto Socorro do Hospital Municipal, quanto na Santa Casa foram pontu­ais. Ela afirmou que na virada de ano os Postos de Saúde estavam fechados e que isso motivou muitas pessoas a irem ao Pronto Socorro para realizar procedimentos corriqueiros. “A atenção bá­sica continua sendo a porta de entrada. A população, em sua maioria, procura os postinhos e sabe que será bem atendida. Com exceção às segundas-feiras, um dia complicado em qualquer pronto socorro, nos demais dias a demanda esteve den­tro da normalidade. Agora, existe uma situação onde pessoas com outros tipos de virose ficam assustadas com o assunto dengue e natu­ralmente vão se medicar. A dengue propriamente dita, não se cura do dia para a noite. Existem casos onde o paciente demora até dez dias para ficar curado. São situações que se sobrepõe e que nos obrigam a dar uma resposta satisfatória”.
 
Colaboração
 
Rosa bateu muito na tecla da colaboração da comunidade para debelar a situação atual. Ela relatou dificuldades inerentes à fal­ta de empenho das pessoas nos mais variados casos, a começar, evidentemente, pelo negligenciamento de medidas mais simples como eliminação de criadouros do mosquito transmissor, passando pelas formas encontradas para dificultar as equipes de vistoria e até omissão de informações durante o atendimento médico. Segundo a secre­tária, é comum pessoas que já foram atendidas com suspeita da doença, retornarem em outras ocasiões e fornecerem dados incompletos, como por exemplo um nome diferente do dado ante­riormente, criando casos de duplicatas de notifica­ções. Ela anunciou ainda que face a esta situação onde muitas pessoas re­lutam em colaborar com as ações preconizadas, o prefeito Paganini baixou novo decreto contendo medidas mais duras para quem se recusar em aten­der às determinações dos agentes de saúde.
 
Explosão do número de casos
 
Quando questionada dos motivos pelos quais a doença atingiu o pico do número de casos exatamente no último trimestre (antes de outubro foram contabiliza­dos 121 casos) ela apontou a estiagem como principal motivo. Rosa afirmou que muitas pessoas passaram a armazenar água em casa e muita gente habituou-se a deixar água no prato que fica debaixo dos vasos para umidificar as plantas. Na sequência foram dois meses bastante chuvosos que se­gundo ela contribuíram para agravar ainda mais a situa­ção. Ela aponta ainda uma certa descrença das pessoas de que é preciso uma ação mais efetiva para eliminar os criadouros. “O ovo do aedes é quase imperceptível para o olho humano e tem uma coloração enegreci­da, o que leva as pessoas a imaginarem que ele não está mais no recipiente. Por isso a recomendação de que sejam lavados estes utensílios. O ovo pode ficar até dois anos em estado de inércia, eclodindo assim que receber água”, relatou.
 
Enfrentamento
 
Sobre as medidas que vêm sendo sistematica­mente adotadas, ela dis­se que o município segue rigorosamente todos os protocolos estabelecidos no Plano Estadual de Combate á Dengue, como a busca ativa de criadouros, nebulização e “contagem larvária”, serviço que consiste em mapear locais ondem existem os criadouros, facilitando a ação das equipes da vigi­lância epidemiológica. Este enfrentamento, segundo declarou, vem sendo fei­to não somente em nível de Secretaria de Saúde, mas de todas as demais secretarias. “Temos uma determinação do prefeito Paganini em direcionar todo esforço possível para con­tribuir para a erradicação dos criadouros. Todas as secretarias têm dado sua contribuição. Neste período de férias, a Secretaria de Educação, por exemplo, providenciou a instalação de tampas em todos os vasos sanitários, que descobertos podem se transformar em criadouros”. Além disso, garante que tem buscado apoio em lideranças comu­nitárias, religiosas, clubes de serviço para ajudar no trabalho de conscientização. “Não tem como declinar da ajuda da população. Sem ela, o combate à doença se torna irremediavelmente comprometido”. Defen­dendo ainda as ações de sua equipe, Rosa Iamarino garante que em 2014 foram feitas 89.739 visitas domi­ciliares, o que dá , segundo seu raciocínio, 21 visitas por imóvel. Quanto aos imóveis fechados, contou que recebe colaboração das imobiliárias e dos vizinhos destes imóveis. “Fatalmen­te algum vizinho saberá a quem pertence o imóvel e a gente vai atrás”.
 
Dengue Hemorrágica
 
Rosa afirmou que circula na cidade o vírus tipo 01 e que outras cepas do vírus ainda não foram detecta­das. Explicou que quando uma pessoa é acometi­da pela doença, adquire anticorpos e não ficará doente novamente se o vírus for o mesmo. O fato do paciente ser acometi­do pela primeira vez não implica necessariamente que não terá um quadro mais grave, daí a neces­sidade da realização dos exames específicos, para controlar a hemorragia, se ela ocorrer.
 
Fonte: Da Redação do PCI

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