Carregando aguarde...
Itapira, 23 de Novembro de 2024
Notícia
20/11/2014 | Rua Clélia Dini se torna o epicentro do surto de dengue que assola a cidade

Moradores da rua Clélia Dini, no Jardim Soares, estão experimentando nesta primavera uma verdadeira epidemia de Dengue. Dos 190 casos oficiais anunciados nesta semana pela Vigilância Sanitária, boa parte está concentrada na região do Jardim Soares, onde fica a Clélia Dini. Ali, a reportagem de A Cidade, com ajuda de moradores, contabilizou 22 casos oficiais até a tarde da última quinta-feira. Em muitos casos, mais de um membro da família foi infectado.

Foi o caso do advogado Hortêncio Francischini . Ele conta que foi acometido no final do mês passado, quando sentiu os primeiros sintomas. “Primeiro pensei que fosse uma gripe. Tive febre, dificuldades respiratórias e dor no corpo. Depois senti tremores, dores nas articulações e como a medicação para efeitos da gripe não surtiu efeito, corri no Posto de Saúde para ver se não tinha Dengue. Em pouco tempo o resultado deu positivo”, relatou. Dois dias depois a namorada dele, Monize Aparecida Pavinati, também começou a sentir os mesmos sintomas. “Tivemos um período de convalescença juntos”, disse o advogado, que teve problemas colaterais causados pela diarreia incessante que acabou ocasionando uma lesão na região intestinal, obrigando-o a uma pequena intervenção cirúrgica, segundo seu relato, feita na Santa Casa.

A aposentada Dinandi Lopes Barros de Oliveira informou que foi a segunda vez que pegou a doença, o que infere que uma outra cepa do vírus circula na cidade. Disse que os primeiros sintomas começaram a surgir no início da semana. Depois de medicada, tomou muito soro no hospital. “O hospital estava cheio, acho que por causa da Dengue”, comentou. O exame de sangue apontou número baixo de plaquetas o que segundo ela, de imediato, facilitou o diagnóstico.

Sua vizinha Maria Aparecida Carvalho mostrava-se inconsolável. Disse que tinha acabado de regressar de um período de internação na Santa Casa para tomar soro. A filha Gabriela e o genro Jandrei também pegaram Dengue. Maria Aparecida diz que neste período de convalescença emagreceu quase seis quilos. Aparentemente muito traumatizada, a moradora fala até em se mudar. “Não dá para conviver com esta possibilidade de passar por tudo isso novamente”, afirmou.

A profissional da área da beleza Mirian Zeola Rocha afirmou que em sua casa ela, o esposo Admilson e os dois filhos, William e Bruno, passaram a sentir os sintomas da doença a partir do final da última semana. “É algo muito ruim, difícil até de descrever”, respondeu ao ser questionada como vinha se virando. O profissional de construção civil José Benedito Leme, 48, também estava acabando de se refazer da doença e não poupava críticas pela situação. “Quero ver quando alguma criança for afetada como vai ficar. Uma criança não vai suportar o que eu passei”, disse. Mesmo caso do aposentado Antonio Carlos Aparecido Sartorelli,55, que estava se recuperando da doença e preocupado com o que poder vir por aí. “A gente espera que as autoridades consigam dar um jeito. Assim não pode continuar”, disse.

A maioria das pessoas entrevistadas disse que toma cuidados em casa para não deixar criadouros e lançaram suspeitas sobre o córrego que passa ali perto. “De tarde tem uma nuvem de pernilongo ao longo do córrego”, disse Maria Aparecia.

Larvas

A enfermeira Josemary Apolinário, chefe da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, confirmou que aquela região tem representado um desafio para o setor. “De fato foram muitos casos registrados naquela região”, confirmou. Josemary disse que a queixa com relação ao Córrego do Jardim Soares não procede. Ela lembra que o mosquito da Dengue se prolifera em águas paradas e que neste caso, os moradores precisam dar sua contribuição. “Nas buscas ativas que realizamos na região, encontramos muitas larvas nas residências. A maioria destas residências tem vasos e pratinhos para plantas. Um pouco de água que seja é o suficiente para que o mosquito se procrie. Fizemos trabalho de nebulização, busca ativa, esclarecimento e precisamos contar com toda colaboração possível dos moradores”, reforçou.

Josemary disse que casos como estes registrados na rua Clélia Dini ocorrem porque um único mosquito pode infectar diversas pessoas. “Os mosquitos demoram até 40 dias para morrer. Um que fique circulando carregando o vírus, faz um enorme estrago”, apontou. 

Indagada se já houve situação parecida onde a maioria dos moradores de uma rua pegou a doença, ela disse que isso já ocorreu uma vez, mas em situação diferente. “Os criadouros foram encontrados em quintais sujos, muito diferente do que aconteceu agora na rua Clélia Dini. O problema ali tem a ver com vasos de plantas”, insistiu.

Fonte: Da Redação do PCI

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Veja Também
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

2445 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2024 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções