Mais uma descoberta enriquecedora, fruto da pesquisa do “Núcleo M.M.D.C. de Itapira”. Desta vez, em conversas com os amigos Plínio Magalhães da Cunha e Maria Carmelita da Cunha, os pesquisadores do Núcleo souberam um pouco mais da história de João Pereira da Cunha, um médico Itapirense que participou ativamente da Revolução de 1932, cuidando dos feridos e da população.
No início do mês de setembro de 1932, Itapira havia sido tomada pelas tropas federais, provenientes principalmente de Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Sul. O então prefeito João Manoel Pereira de Oliveira havia sido deposto e fugido da cidade, assim como muitas outras autoridades municipais. Em seu lugar, por ordens do general Jorge Pinheiro, os militares obrigaram que João Moro assumisse o cargo de Prefeito, tendo ao seu lado, ocupando o cargo de Delegado Militar de Itapira, o Capitão Oscar Mascarenhas. Segundo os relatos de testemunhas e sobreviventes, o grande “algoz” de Itapira durante os dias sombrios de ocupação militar.
João Pereira da Cunha montou uma clinica médica em Itapira juntamente como Dante Pazzanese, seu colega, logo depois que se formaram. Além de exercer a medicina, João Pereira da Cunha, foi vereador na cidade. Era filho de Jacintho Franklin da Cunha, que foi o 3º prefeito de Itapira.
Segundo Plínio e Carmelita, o médico João Pereira da Cunha, como todos os outros cidadãos Itapirenses, usava o “Salvo Conduto” para poder trabalhar, atendendo seus pacientes, para sair pela cidade, enfim, para tudo que precisasse, incluindo viagens para outras cidades, pois sua esposa se encontrava em São Paulo para dar a luz ao seu filho João Paulo. Sua casa havia sido tomada pelas tropas que ficaram em Itapira logo após a implantação do “estado de sitio”, pela Prefeitura Militar. Transformaram a casa em um quartel, por onde passavam centenas de soldados. Esta casa ainda existe: é o mesmo prédio que hoje abriga a “Fórmula Mil”.
Seus descendentes contam que roubaram tudo o que a família possuía, até mesmo o anel de formatura dele não foi poupado. As travessas de porcelana de sua esposa foram usadas como pinico, os soldados federalistas destruíram todo o interior da casa. O que não levaram, quebraram. Quando João Pereira da Cunha voltou à casa, após o final do ano de 1932, encontrou móveis, utensílios domésticos e livros dele em casas de outras pessoas.
O presidente e fundador do Núcleo M.M.D.C. de Itapira, o historiador Eric Apolinário, agradece à família Magalhães da Cunha, em nome do historiador Plínio Magalhães da Cunha, pelo apoio e confiança e pede que se alguma família possuir informações sobre ex-combatentes, que entrem em contato com o Núcleo, para que sua história seja preservada e contada às futuras gerações. Apolinário também lembra que uma exposição fotográfica está sendo organizada para a semana de aniversário de Itapira. Será no Clube XV de Novembro, sede do Circolo Italo-Brasiliano. A abertura da exposição será no domingo, dia 21 de outubro, horário ainda a ser divulgado.
DR. CUNHA - FOTO DE FORMATURA
CASA EM QUE ELE VIVIA