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Itapira, 11 de Janeiro de 2025
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07/10/2014 | Samaritano é modelo no atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade

Depois de passar por uma reformulação em seu projeto de atendimento e assistência e da mudança de local, o Instituto Sama­ritano de Proteção Social retomou as atividades junto as pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social. Na nova sede, que fica na Praça Riachuelo, 59, no Centro, há três quartos, dois banheiros, recepção, sala de convivência, copa, cozinha, rouparia, quintal com jardim, galpão para oficinas e aparência de lar familiar.

Durante uma visita ao local, a voluntária Fátima Cecília Cintra Anacleto, a Fati Cintra, explicou sobre o novo modelo de atendi­mento do Instituto, que hoje conta com uma equipe de técnicos contratados composta por um coor­denador, uma assistente social, uma psicóloga, uma auxiliar de serviços gerais, além de voluntários fixos e estagiários que desenvol­vem diferentes atividades com os assistidos. “Todos os moradores são encami­nhados pela Secretaria de Promoção Social através do CREAS (Centro de Re­ferência Especializado de Assistência Social). Aqui, eles passam por um aten­dimento com a nossa equi­pe técnica e é traçado um plano de desenvolvimento individual para que possa­mos ajudá-lo no resgate da cidadania, do vínculo familiar e da vida autôno­ma”. Também poderão ser atendidos os egressos de instituições de recuperação de dependência química.

De acordo com o manual da entidade, os assistidos podem permanecer no local por até três meses, prazo que pode ou não ser prorrogado de acordo com as avaliações. “Aqui nos iremos auxiliar as pes­soas a ter acesso a todos os serviços que elas têm direito, como consultas e internações via SUS, atendimentos nos PPAs, CAIS, Assistência Odonto­lógica, Caps, obtenção de documentos, assistência jurídica e acesso a edu­cação e cultura. Muitas vezes, por algum motivo, eles perderam a motivação e precisam desse auxílio externo”, completou Fati Cintra.

Além do atendimento, um dos principais intuitos do Instituto Samaritano é resgatar a figura do vo­luntariado na cidade, pre­sença que é considerada o diferencial no modelo assistencial. “Cada voluntá­rio desenvolve um tipo de trabalho diferente com os moradores, seja pedagógi­co, de lazer, entretenimento ou simplesmente de convi­vência. Todo mundo sempre tem algo para oferecer e um tempo disponível. Cada um tem uma história de vida e queda e essa proximidade é que auxilia no resgate da dignidade, o fato de ser visto pelas outras pessoas sem preconceito. A equipe técnica é fundamental por­que ‘alinhava’ o trabalho e tem compromissos fixos. Já o voluntário vem para fazer a parte social, que é trazer uma nova referência de convívio diferente da vida na rua”, esclareceu a voluntária.

O novo modelo – que nada tem a ver com alber­gue e não possui qualquer ligação com denominações religiosas ou partidos polí­ticos – não funciona como internação e os assistidos podem sair para cumprir compromissos externos, mas sempre agendados e monitorados. Confor­me explicou Fati, nesse processo de adaptação e ajustes ainda não é possí­vel acompanhá-los, mas o próximo projeto visa a aquisição de um veículo, o que auxiliará nessa tarefa.

Em um convívio quase que familiar, porém com regras fixas, os morado­res têm a possibilidade de se desligar do mundo das ruas e retomar ao modo de vida anterior. Cafés, almo­ços, bate papos, oficinas e atividades os ajudam a relembrar como era a con­vivência em suas antigas casas, além de fomentar o desenvolvimento inte­lectual e de aptidões de trabalho. “Quando eles saem pra rua eles saem da rota normal e passam a viver em um mundo para­lelo, com regras totalmente diferentes. Aqui vamos dar força e apoio para que eles possam retomar do ponto onde pararam, no curso natural da vida. Não queremos vender ilusão e prometer que vamos devolvê-los totalmente renovados, mas sim em condições de olhar para sua família e, no mínimo, estar mais humilde e vol­tar”, resumiu Fati.

Apesar do prazo curto de assistência, a voluntária acredita que é possível alcançar os objetivos, que desde sempre foi o ponto de partida dos membros que deram os primeiros passos no ‘antigo’ Sama­ritano. “Vai ser um desa­fio. Quando iniciamos os trabalhos no Samaritano era isso o que queríamos. Começamos a fazer e aprendemos fazendo e foi ousado nesse sentido. Sempre quisemos algo mais estruturado, mas mesmo lá fazíamos com amor e dávamos o máximo de carinho. Porém, com o grande rodízio era difícil dar um acompanhamento melhor e nosso grande sal­to foi esse: fixar as pessoas. Hoje mudamos o modelo, mas podemos oferecer um olhar especial a cada um deles”, finalizou.

 

Fonte: Da Redação do PCI

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