Nilza Paula Rodrigues tem 32 anos, é solteira e mãe de três filhos que cria sozinha. No momento está desempregada e vive com a ajuda dos programas Renda Cidadã e Bolsa Família. "Esse dinheiro me ajuda a sobreviver. Pago as contas de luz, gás, compro comida, material escolar e uniforme para meus filhos", conta. A partir de agora, Nilza terá acesso ao dinheiro por meio do cartão do Programa São Paulo Solidário, que unifica o repasse dos valores e facilita a vida de quem é beneficiário.
Sueli Rodrigues Pereira também cria sozinha seus três filhos. Ela é ex-presidiária e, por conta disso, enfrenta dificuldade para ter uma renda fixa. "Muitas vezes me encaixo no perfil da vaga de emprego, mas quando conto que já fui presa, os empregadores não me contratam. Um cartão como esse vai me ajudar muito". Para se recolocar no mercado de trabalho, Sueli se inscreveu em outro programa de incentivo: o Via Rápida Emprego, que visa a qualificação profissional de seus beneficiados.
Nilza e Sueli são moradoras de Miracatu, no Vale do Ribeira, primeira cidade a receber os cartões.
O programa
São Paulo Solidário é uma ação do Governo do Estado em parceria com o Governo Federal e municípios. O programa visa a superar a extrema pobreza até 2014 e promover a mobilidade social de cerca de 1 milhão de paulistas (300 mil famílias), que vivem com renda mensal inferior a R$ 70,00 por pessoa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para atingir seu objetivo, o São Paulo Solidário foi dividido em quatro etapas:
Busca Ativa - Localização das famílias e aplicação do questionário com a metodologia do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Para essa etapa foi aplicado o Índice de Pobreza Multidimensional que avalia as privações sociais e não apenas a renda da família.
Retrato Social - A compilação e tabulação dos dados, resultando no diagnóstico das privações.
Agenda da Família Paulista - A pactuação entre o Governo e as famílias para superação das vulnerabilidades.
Transferência de Renda - Complementação de renda das famílias beneficiadas, garantindo R$ 70,00 per capita por meio do cartão único com recursos dos programas Renda Cidadã, do Governo do Estado, e Bolsa Família, do Governo Federal.
As 100 primeiras cidades incluídas no programa são os municípios com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Nesse primeiro grupo, 200 mil domicílios foram visitados, localizando 25 mil famílias em situação de extrema pobreza. Destas, oito mil estão fora do Cadastro Único (CadÚnico) e estavam totalmente "invisíveis" para os programas sociais. O Retrato Social identificou que, além da renda inferior a R$ 70,00, as principais privações são nas áreas de Educação, Saúde e Padrão de Vida.
Em Miracatu, maior cidade das 100 mapeadas e primeiro município a receber os cartões, foram realizadas 3,6 mil visitas domiciliares, com identificação de mais de 600 famílias com renda menor que R$ 70,00 por pessoa. Os outros 99 municípios com menor IDH devem ter os beneficiários incluídos no São Paulo Solidário ainda este ano. Em 2013 serão as 480 cidades do interior do Estado. A totalização dos 645 municípios paulistas será em 2014, com a inclusão das 65 cidades das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista.
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