O Serviço de Zoonoses da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde divulgou comunicado, alertando para o aumento da população de caramujos africanos com a chegada das chuvas de verão. A espécie, que foi introduzida no país como uma alternativa de empresários criadores de escargot utilizado em culinária, mostrou-se inviável e foi abandonada, ficando sem controle.

Como é uma espécie importada, o caramujo não tem predadores, e possui uma alta taxa de fertilidade não precisando de macho e fêmea para reproduzir-se. Outros fatores que ajudam no aumento da quantidade de caramujos são terrenos sem manutenção, alta temperatura, chuvas, lixo e outros materiais acumulados. A incidência do sol nos locais de infestação ajuda a diminuir a população de caramujos.

O Serviço de Zoonoses orienta para que os próprios moradores façam o recolhimento dos caramujos em suas propriedades, utilizando luvas descartáveis ou sacos plásticos, evitando assim o contato direto das mãos no momento do recolhimento. Após a coleta, os moradores devem colocar os caramujos em sacos plásticos, quebrar as carapaças e depositá-los no lixo. A Secretaria Municipal de Saúde está confeccionando 10 mil folhetos, para distribuição à população.
Entre as medidas para evitar ou diminuir a incidência dos caramujos nas propriedades, a retirada dos animais é a mais importante. Outra medida alternativa é o uso de cal, ou o uso de calda com sabão em pó e água, pois ambos servem como barreira para o caramujo não atravessar. É fundamental também que os terrenos sejam mantidos limpos e sem matéria orgânica que serve de alimento e cobertura. Os quintais devem ser mantidos sem acúmulo de materiais, favorecendo assim a incidência de sol. Todo o material vegetal podado deve ser removido.

De acordo com o Serviço de Zoonoses, a simples manipulação desses caramujos pode causar contaminação, pois dois tipos de microorganismos perigosos são encontrados em sua secreção; sendo um deles o Angiostrongytus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Os sintomas são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômito.
O outro é o Angiostrongylos cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso. Não há, até o momento, notificação destas doenças no país. Maiores informações sobre o caramujo africano, assim como vistorias nos locais infestados, podem ser obtidas no Serviço de Controle de Zoonoses, através do telefone 3813-8825.