Ser feliz é ter a opção da livre escolha. É ter liberdade de ir e vir, de escolher qual religião seguir, para qual time torcer e, principalmente, com quem viver e conviver. No mundo moderno não há mais espaço para preconceitos arcaicos que inibem o poder da livre escolha.
Desde maio de 2013, esse direito de livre escolha ganhou um aliado importante. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aprovou a união oficial de pessoas do mesmo sexo, através do casamento civil ou mesmo união estável.
Essa decisão abriu os horizontes para que Eliane Rodrigues Moreira, 31, e Nayana Stefane Rita Mendes Sampaio, 24, pudessem transformar o sonho que acalentam há cinco anos. Juntas desde 2009, quando se conheceram através de uma rede social, irão consolidar essa união através do casamento no dia 18 deste mês.
Mãe de Yasmin, de oito anos, Nayana conta que partiu dela a intenção de conhecer a companheira. “Eu conheci a Eliane através de uma outra pessoa e gostei dela desde o primeiro momento”, revela. “Dois dias depois de nos conhecermos pela internet a gente saiu pra se conhecer melhor e estamos juntas até hoje”, completa Eliane.
Cientes de que poderiam enfrentar uma certa resistência por parte de familiares, Eliane e Nayana sempre buscaram o melhor para fortalecer ainda mais a união. “Nossa convivência é muito boa, nos entendemos muito bem e procuramos ser companheiras em todos os momentos”, explica Eliane.
Preconceito
O tema preconceito é tratado pelas duas companheiras como algo presente em todas as partes. “Os seres humanos são preconceituosos por natureza, seja por causa da cor, da opção de escolha ou até mesmo pela existência de alguma deficiência”, lembra Eliane. “Isso não nos afeta de forma alguma”.
Mas, mesmo assim, evitam dar motivos para qualquer tipo de preconceito. “Temos consciência disso e sabemos que a discrição tem que estar presente”, explica Eliane.
Com experiências anteriores com pessoas do sexo oposto, Eliane e Nayana admitem que o sentimento que experimentam nos dias atuais é algo difícil de ser encontrado. “Nossa relação é bem legal, diferente de tudo, em todos os sentidos”, afirma Eliane.
E, apesar dessa convivência madura, o afeto existente acaba gerando crises de ciúme. “Eu sou a mais ciumenta, se eu entender que algo está diferente ou estranho, não deixo passar”, conta Nayana. “Mas faz parte do amor, depois tudo passa e nossa vida volta ao normal”.
A união oficial que está prestes a ser selada já faz as duas companheiras vislumbrarem o futuro. “Pensamos em procurar um banco de sêmen para que uma de nós gere um filho”, revela Eliane. “Prefiro que seja gerado pela Nayana, mas vamos buscar em um banco de sêmen para que o sigilo seja garantido em relação à identidade do doador”.
Eliane e Nayana compartilham sonhos, planos e um amor verdadeiro. E tudo isso irá se concretizar no dia 18 deste mês, quando uma passará a usar o sobrenome da outra. E, sem medo de serem felizes, seguirão em frente, companheiras de todas as horas e momentos
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