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Notícia
07/10/2014 | Sem medo de ser feliz pela livre escolha

Ser feliz é ter a opção da livre escolha. É ter liberdade de ir e vir, de escolher qual religião seguir, para qual time torcer e, principalmente, com quem viver e conviver. No mundo moderno não há mais espaço para precon­ceitos arcaicos que inibem o poder da livre escolha.

Desde maio de 2013, esse direito de livre escolha ga­nhou um aliado importante. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aprovou a união oficial de pessoas do mesmo sexo, através do casamento civil ou mesmo união estável.

Essa decisão abriu os horizontes para que Eliane Rodrigues Moreira, 31, e Nayana Stefane Rita Men­des Sampaio, 24, pudessem transformar o sonho que acalentam há cinco anos. Juntas desde 2009, quando se conheceram através de uma rede social, irão consolidar essa união através do casa­mento no dia 18 deste mês.

Mãe de Yasmin, de oito anos, Nayana conta que partiu dela a intenção de conhecer a companheira. “Eu conheci a Eliane através de uma outra pessoa e gostei dela desde o primeiro mo­mento”, revela. “Dois dias depois de nos conhecermos pela internet a gente saiu pra se conhecer melhor e estamos juntas até hoje”, completa Eliane.

Cientes de que pode­riam enfrentar uma certa resistência por parte de familiares, Eliane e Nayana sempre buscaram o melhor para fortalecer ainda mais a união. “Nossa convivência é muito boa, nos entende­mos muito bem e procu­ramos ser companheiras em todos os momentos”, explica Eliane.

Preconceito

O tema preconceito é tra­tado pelas duas companheiras como algo presente em todas as partes. “Os seres humanos são preconceituosos por na­tureza, seja por causa da cor, da opção de escolha ou até mesmo pela existência de alguma deficiência”, lembra Eliane. “Isso não nos afeta de forma alguma”.

Mas, mesmo assim, evi­tam dar motivos para qual­quer tipo de preconceito. “Temos consciência disso e sabemos que a discrição tem que estar presente”, explica Eliane.

Com experiências ante­riores com pessoas do sexo oposto, Eliane e Nayana admitem que o sentimento que experimentam nos dias atuais é algo difícil de ser encontrado. “Nossa relação é bem legal, diferente de tudo, em todos os sentidos”, afirma Eliane.

E, apesar dessa convi­vência madura, o afeto exis­tente acaba gerando crises de ciúme. “Eu sou a mais ciumenta, se eu entender que algo está diferente ou estranho, não deixo passar”, conta Nayana. “Mas faz parte do amor, depois tudo passa e nossa vida volta ao normal”.

A união oficial que está prestes a ser selada já faz as duas companheiras vislum­brarem o futuro. “Pensamos em procurar um banco de sêmen para que uma de nós gere um filho”, revela Eliane. “Prefiro que seja gerado pela Nayana, mas vamos buscar em um banco de sêmen para que o sigilo seja garantido em relação à identidade do doador”.

Eliane e Nayana compar­tilham sonhos, planos e um amor verdadeiro. E tudo isso irá se concretizar no dia 18 deste mês, quando uma passará a usar o sobrenome da outra. E, sem medo de serem felizes, seguirão em frente, companheiras de todas as horas e momentos


Fonte: Da Redação do PCI

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