O Ferian Plaza já passa por ampliação cerca de dois anos depois de ser inaugurado
Uma semana atípica para o setor hoteleiro da cidade. Praticamente todos os estabelecimentos do ramo se viram na incômoda situação de declinar pedidos de hospedagem. Tudo por conta da Expoforest, evento internacional realizado em Mogi Guaçu-SP, voltado para o setor de exploração florestal, organizado pela empresa Malinovski Florestal, sediada em Curitiba-PR e que é especializada em eventos, consultoria, treinamentos e mídia florestal.
O evento realizado de 21 a 23 deste mês atraiu cerca de nove mil visitantes/dia de várias partes do Brasil e de pelo menos 20 países. O resultado foi um apagão no setor de hotelaria em todas as cidades da região. “Foi algo atípico. Fizemos o possível e o impossível para acolher esses visitantes sem deixar de atender aqueles outros que normalmente utilizam de nossos serviços”, comentou Flávia Coradi, da terceira geração dos gestores do Hotel São Paulo, o mais antigo da cidade, com 70 anos de atividades ininterruptas.
Ana Paula Quintanilha Fernandes, da recepção do Hotel Praça da Matriz, disse que houve momentos em que pretensos hóspedes se dispuseram a fazer leilão por um apartamento. “Foi uma loucura, nunca vi nada igual”. Situação parecida foi observada no Casagrande Hotel.
A gerente Ana Paula Formagio informou que as reservas foram feitas antecipadamente e que se precaveu para não deixar na mão clientes já tradicionais. Fábio Ferian, do Plaza Ferian e do Lélis Hotel, também comemorou a procura atípica. “Evidentemente que um cenário como este a gente deseja que ocorra sempre”, comentou.
Ferian, aliás, é o próprio retrato do otimismo que cerca o atual momento vivido pelos hotéis da cidade. O Ferian Plaza, que foi inaugurado há menos de dois anos, já passa por processo de ampliação que vai aumentar sua capacidade de 36 para 57 apartamentos. Somados aos leitos disponíveis no Lélis, ele vai gerenciar 80 apartamentos dentro de mais alguns meses.
Indagado se a cidade tem movimento para tudo isso, Fábio Ferian disse que como empresário tem que ser otimista e oferecer um atendimento cada vez mais qualificado. “Eu acredito no potencial da cidade em absorver uma demanda cada vez maior por acomodações em hotel”, falou. Contudo, foi cauteloso ao falar sobre o atual momento econômico. “A gente torce para que as nossas autoridades políticas não cometam derrapagem na condução da economia. O setor de hotelaria é um caso típico daqueles que andam a reboque do momento econômico. Se a economia toda vai bem, o setor acompanha. Se vai mal, os negócios esfriam”, avaliou.
José Bitencourt, 85, do Palace Hotel, empreendimento que toca desde 1972, também é cauteloso. “O movimento no hotel é marcado por períodos de sazonalidade. Aumenta no começo do ano, dá uma ligeira esfriada e depois aquece de novo. Eventos regionais pesam muito. E, é claro, a gente torce para que a cidade continue crescendo, porque isso atrai uma nova demanda”, pontuou.
Alexandre Aguillar, 42, que há dez anos fez uma aposta ao colocar em funcionamento o Casagrande Hotel, fala dos desafios de recuperar o investimento. “É um ramo onde você necessariamente tem que investir permanentemente na qualidade do atendimento. Acredito no potencial da cidade em oferecer condições para que o investimento realizado seja recompensado”, colocou.
Atualmente, somados os leitos do hotel e da pousada de mesmo nome, acumula 29 leitos em funcionamento, além de ter investido num restaurante, todos próximos uns dos outros no alto da rua Francisco Glicério.
No Hotel São Paulo, Flávia, que também integra o projeto regional que o SENAC, elaborou para o fortalecimento do turismo na região, acredita que os ventos atuais são favoráveis. “Nosso trabalho tem uma dinâmica muito própria, que exige seriedade, profissionalismo e acima de tudo um investimento contínuo no processo de oferecer aos nossos hóspedes um tratamento que os motive a voltar outras vezes. Este é o diferencial”, apontou.
No Praça da Matriz são 14 apartamentos, todos eles com grande rotatividade, segundo Ana Paula. “Felizmente trabalhamos com uma boa rotatividade”, observou. A colega Ana Lúcia Magiori, que cuida de manter as dependências sempre arrumadas é um exemplo perfeito da importância do setor para a economia da cidade.Ela contou já são praticamente dez anos na profissão. Começou trabalhando no Benacci Hotel e depois foi contratada para o emprego atual. “A exemplo de mim própria, conheço muitas pessoas que ganham a vida trabalhando em hotel e torcemos para que a atividade esteja em franca ascensão como parece estar ocorrendo”, disse.
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