O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, disse hoje (3) que a entidade não reconhecerá o resultado das eleições presidenciais sírias, por considerar que o pleito não cumpre os padrões internacionais de transparência.
"São uma farsa", disse Rasmussen sobre as eleições, na chegada para uma reunião dos ministros da Defesa dos países da Otan, hoje e amanhã (4), em Bruxelas, na Bélgica.
As eleições sírias "não cumprem os padrões internacionais para eleições livres, justas e transparentes, e estou seguro de que nenhum aliado reconhecerá o resultado dessas chamadas eleições", informou o secretário.
Quase 16 milhões, dos 23,6 milhões de sírios, são chamados hoje às urnas nos 9.601 centros de votação dispersos pelo país, dos quais 1.563 são na capital, Damasco.
As eleições são realizadas apenas nas zonas que estão sob controle do governo sírio e não em Al Raqa, no Norte do país, província totalmente controlada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, grupo radical ligado à Al Qaeda.
Estas são as primeiras eleições na Síria com mais de um candidato em meio século. Os candidatos são o presidente atual, Bashar Al Assad, no poder desde 2000 (ano em que sucedeu o pai) e que concorre para um terceiro mandato; o deputado da oposição tolerada pelo regime, Maher Abdel Hafez Hayar; e o ex-ministro Hassan Abdallah Al Nuri.
As eleições ocorrem em pleno quarto ano de guerra civil, um conflito que já deixou mais de 162 mil mortos, 2,5 milhões de refugiados e 6 milhões de deslocados dentro da Síria.
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