jantar ontem no Jaburu, com Michel Temer, definiu toda a estratégia
Um jantar ontem (4.mai.2011) no Palácio do Jaburu (residência oficial da Vice-Presidência da República) selou a entrada de 2 novos políticos paulistas ao PMDB: o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o deputado federal Gabriel Chalita.
Skaf e Chalita hoje são filiados ao PSB. No jantar de ontem, oferecido pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), ficou definido que Skaf deve assinar a sua ficha de filiação possivelmente na 4ª feira da semana que vem, numa cerimônia com a cúpula partidária, em Brasília. Já Chalita prepara uma festa popular, em São Paulo, no dia 4 de junho.
Uma penca de caciques peemedebistas esteve presente ao jantar de ontem, além do anfitrião (Temer), Skaf e Chalita. O Blog apurou que encontro contou com o presidente do Senado, José Sarney (AP), o senadores Renan Calheiros (AL), Valdir Raupp (RO), o ministro Wagner Rossi (Agricultura) e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN).
O PMDB é um partido em decadência em São Paulo. Em 2010, elegeu apenas 1 dos 70 deputados federais a que a bancada paulista tem direito na Câmara.
A entrada de Skaf e de Chalita faz parte de uma tentativa do vice-presidente da República Michel Temer (a maior estrela paulista da sigla) de ter nomes viáveis para as próximas eleições no Estado. Trata-se aqui das disputas pelas Prefeitura de São Paulo (2012) e pelo Palácio dos Bandeirantes (2014).
Skaf e Chalita desejam ser candidatos a prefeito de São Paulo no ano que vem. E, em 2014, ambos também cobiçam o governo paulista.
Skaf (4º lugar na disputa pelo governo de São Paulo em 2010) havia sido convidado para entrar no PMDB já em janeiro deste ano, mas teve de adiar seus planos porque estava em campanha para ser reeleito como presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o que ocorreu em 11 de abril.
Enquanto Skaf se incumbia de ser reeleito na Fiesp, Chalita foi também convidado a ingressar no PMDB. Com 560 mil votos para deputado federal em 2010, foi o segundo mais votado entre os paulistas (perdeu apenas para Tiririca).
Por ora, não há fricção entre Skaf e Chalita. Mas o assunto certamente será tratado mais à frente dentro do PMDB: quem será o candidato a prefeito da legenda em 2012.
No caso de Chalita, há um grande ponto de interrogação a respeito de sua saída do PSB. A lei no Brasil proíbe deputados eleitos por um partido de migrarem para outro no meio do mandato. Essa mudança de sigla só é aceita quando há “justa causa” –por exemplo, se o deputado está sendo perseguido por sua própria agremiação, o que não parece ser o caso de Chalita no PSB.
Para entrar no PMDB, Chalita estará assumindo um risco grande de perder seu mandato na Câmara.
Já Skaf não enfrenta nenhum óbice dessa natureza, pois não é detentor de mandato político neste momento. A única exigência para que dispute a eleição a prefeito pelo PMDB em 2012 é que esteja filiado à legenda até um ano antes do pleito.
Chalita pode estar correndo um risco calculado: entra no PMDB, fica sem mandato de deputado (uma função na qual ele não tem tido muita exposição) e sai candidato a prefeito de São Paulo em 2012.
O que ainda não está claro é como reagirá Paulo Skaf a esse cenário que favorece apenas a Chalita no ano que vem dentro do PMDB.
Por Fernando Rodrigues