A partir do dia 01 de fe­vereiro de 2015 as tarifas de água e esgoto sofrerão reajustes. A informação foi confirmada pelo presidente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos), José Ar­mando Mantuan, em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem e também através de publicação do Ato Regulamentar nº 327 no Jornal Oficial do município.

Conforme explicou Man­tuan, o principal fator que irá refletir no aumento da conta dos itapirenses é a alteração da proporção da cobrança de esgoto, que salta de 80% para 90%. “Nós tratamos mais esgoto do que água, ou seja, chega mais do que sai. E o tratamento do esgoto é mais caro que o de água. O custo é elevado para levar o material até as estações de tratamento, visto que usamos 15 estações eleva­tórias, bombas e aeradores. Mensalmente, os custos de energia elétrica giram em torno de R$ 60 mil” justificou.

Em percentual, o ajuste do consumo mínimo de 15 metros cúbicos de água será de 4,1%. Porém, como há a alteração na proporção da cobrança de esgoto, o aumento final sentido pelo consumidor será de 10,65%. “Na prática, a conta que an­tes custava R$ 18,60 passa a custar R$ 20,58. E a fatia da população que consome o mínimo é de 59,58%”, pon­tuou Mantuan. Conforme os níveis de consumo – de 16 a 20m³, de 21 a 30m³, de 31 a 35m³, de 36 a 40m³, de 41 a 50m³ e acima de 51m³ – o reajuste também sobe de forma escalonada e pode chegar até 20% na prática para quem consome acima de 51m³.

Apesar das novas tarifas, o presidente do SAAE afir­mou que o valor cobrado ainda é mais baixo de toda a Baixa Mogiana, Circuito das Águas e região de Campinas. Em comparação direta, ele utilizou exemplos como Cam­pinas, onde a tarifa mínima pelo consumo de 10 m³ é de R$ 40,22; Amparo, onde a tarifa para 12 m³ é R$ 20,33, e Mogi Mirim, cujo custo de 10 m³ é de R$ 22,34. “Vale ressaltar que nosso consu­mo mínimo é maior do que todas as cidades citadas”, lembrou.

Outra justificativa apon­tada por José Armando Mantuan é referente ao Orçamento para 2015. Se­gundo explicou, a previsão saltou de R$ 14 milhões ao ano para R$ 20 milhões. “Estamos contando com R$ 2,5 mi de convênios já firmados e temos que dar nossa contrapartida. Os que se atentaram a esse aumento provavelmente já previam esse reajuste. Fizemos um estudo detalha­do e se o ajuste fosse feito pela inflação, teríamos uma capacidade de investimento zero para 2015, ou seja, não haveria verba disponível para qualquer melhoria, ajuste ou conserto”.

Em relação às críticas e reclamações que poderão surgir sobre as novas ta­rifas, Mantuan disse que esse é o papel do gestor público e trata-se de uma ação necessária para evi­tar a estagnação. “Aqui é uma autarquia, não vem dinheiro de fora. O dinheiro do IPTU, da contrapartida do INSS não vem pra cá e nem o dinheiro do SAAE vai para a prefeitura. Somos autônomos e temos que subsistir, sem o objetivo de lucro”, finalizou.

Os valores reais do au­mento que chegará aos itapirenses a partir do dia 01 de fevereiro pode ser consultado na edição 234 do Jornal Oficial de Itapira de 19 de dezembro, disponível gratuitamente nas bancas ou através do site www.itapira.sp.gov.br. Até esse prazo, os valores cobrados continuam iguais aos que vem sendo praticados.

Presidente do SAAE explicou motivo dos reajustes em fevereiro

Mantuan:“Tratamos mais esgoto do que água, ou seja, chega mais do que sai”