Um processo tido como fundamental para a aplicação prática da Lei dos Resíduos Sólidos, a destinação correta da maior parte do chamado lixo orgânico para realização da compostagem (sobras de comida de origem vegetal como arroz, feijão e macarrão, restos de jardinagem como grama, folhas, flores e arbusto, guardanapos , papel toalha sem gordura, papel jornal, palhagem, serragem, borra de café, farinha, pão, casca de ovos, vegetais cozidos, bolos secos, cinza e carvão moído, bolachas não recheadas, erva mate, bolos secos sem chantili e recheio, além de restos crus de vegetais como cascas, sementes e folhas), foi apresentado na manhã de terça-feira, 09, na sede da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente pela bióloga e engenheira ambiental Sandra Cristina Dimis Santos, do quadro técnico do Cisbra (Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Região do Circuito das Águas). Segundo informou a engenheira, desde setembro passado o Cisbra vem patrocinando este tipo de palestra para todas as 12 cidades associadas. Itapira foi a de número oito, conforme revelou.
Ela falou para um público em torno de 14 pessoas entre ambientalistas, funcionários da SAMA e interessados. Participou também o vereador Joilson Batista Militão da Silva (PSDB).
O secretário titular da SAMA, José Alair de Oliveira, recepcionou os convidados, em especial à palestrante e sua assistente, Marília Tedeschi. Durante pouco mais de uma hora, Sandra Cristina fez uma abordagem sobre a importância das pessoas se habituarem a realizar o processo de compostagem em casa, ensinou como se faz o procedimento de forma correta e ao final ainda realizou uma demonstração prática, utilizando “composteiras”, um vasilhame de plástico duro, em formato retangular, onde são colocados os rejeitos. Ela entregou na forma de donativo, um conjunto de três composteiras, doadas pelas Indústrias Ypê, parceira do projeto. A intenção era sortear os utensílios entre os participantes da palestra mas, atendendo sugestão do secretário, a visitante fez uma doação, para que o material seja utilizado em processo de capacitação de outros interessados.
A técnica informou que mais da metade do lixo que vai aos aterros sanitários ou lixões é composto por material orgânico que pode ser reaproveitado. O material resultante do processo natural de fermentação deste material se torna adubo orgânico de alto valor nutricional para plantas em geral, um composto sólido e outro líquido. Sandra explicou que quando se adiciona minhocas ao processo, ele dura em média 90 dias. Sem as minhocas pode chegar a 120 dias, daí a sugestão para que as pessoas interessadas tenham quatro composteiras em casa. Em residências onde existe quintal, o processo pode ser realizado de outra forma. Sandra disse ainda que onde tem feito esta palestra, as pessoas têm demonstrado muito interesse. “Fiquei surpresa com o nível de aceitação da proposta”.
Ainda segundo ela, muitas pessoas realizam hoje em dia plantio de algumas variedades de verduras e hortaliças em vasos utilizando a mistura do que conseguiram juntar em casa. O material sólido deve ser adicionado com terra, enquanto que o líquido deve ser adicionado a água na porcentagem de dez porções de água por uma do composto.
José Alair de Oliveira considerou a visita muito oportuna e prometeu iniciar um processo de multiplicação destas informações para públicos específicos. “Seguramente temos muitos setores da nossa comunidade que receberão de braços abertos este tipo de capacitação. Vamos planejar melhor esta questão, priorizando grupos de pessoas que possam se beneficiar deste processo, como por exemplo, os muitos pequenos agricultores de nossa cidade que vivem da venda de verduras”, adiantou.
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