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19/02/2014 | Toninho Bellini já admite tratar de assuntos políticos após ano conturbado

O ex-prefeito Antonio Hélio Nicolai, o Toninho Bellini, voltou a participar de uma cerimônia pública depois de um longo tempo de reclusão. Ele foi uma das autoridades convidadas para a cerimônia inaugural da escola do Sesi, na sexta­-feira, 07, que trouxe a Ita­pira o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB.

À vontade, Bellini teve seu nome mencionado até mesmo no discurso de seu mais ferrenho adversário político, o deputado Estadual José Antonio Barros Munhoz (PSDB), que disse que ele contribuiu para o processo de instalação da escola inau­gurada. Curiosamente, um dia antes, esteve na cidade a ministra da Cultura, Marta Suplicy, na inauguração do CEU Vereador Orestes Di Jácomo, no bairro IstorLuppi, outra obra que foi gestada quando Bellini foi prefeito. Desta feita nem ele, nem ninguém vinculado ao seu grupo político deu o ar da graça.

E, culminando com este encadeamento de fatos, correu pela cidade que Bellini teria se desligado do PV (Partido Verde) para ingressar no PMDB, a convite de Paulo Skaf.

O ex-prefeito recebeu a reportagem de A Cidade na quinta-feira, 13, em seu escritório, para esclarecer estes fatos recentes. Belini disse, ao ser questionado se estava novamente retoman­do a algum tipo de rotina político-partidária, que suas prioridades continuam sendo os afazeres profissionais em seu escritório de engenharia, cuidados com a família , com sua saúde e que conversas sobre questões políticas vêm a seguir. A própria admissão de que este tipo de assunto volta a frequentar suas pre­ocupações não deixa de ser uma novidade.

Afinal, o ex-prefeito viveu um 2013 repleto de adversi­dades no plano pessoal. Em julho, por exemplo, perdeu o genro, o ex-promotor de Justiça no Estado do Mato Grosso, vitimado por um acidente de carro. “Política seguramente hoje está rele­gada na minha agenda a um plano secundário”, insistiu.

Sobre sua participação no ato inaugural da escola do Sesi, disse que não sentiu nenhum constrangimento em cumprimentar o prin­cipal oponente. “Tivemos um contato rápido, mas respeitoso, protocolar eu diria, algo normal neste tipo de cerimônia”, minimizou.

Sobre o motivo de sua ausência no dia anterior no IstorLuppi, disse que a situação era diferente. “Não recebi nenhum convite for­mal. Nem do Ministério da Cultura, nem do cerimonial da Prefeitura. Claro que gostaria de ter ido. Apesar de um evento público, calculei que minha presença nestas circunstâncias seria inconve­niente”, afirmou. Bellini não deixou de criticar, ainda que de forma velada,a ausência de um convite do staff da ministra . “No nosso governo a vice-prefeitura era do PT. Por isso imaginava que seríamos lembrados”, alfinetou.

Troca de partido

Bellini confirmou que pediu para deixar o PV. Sobre os boatos de que estaria indo para o PMDB, fez um desmentido. “Neste mo­mento não penso em me filiar a nenhum partido. Trata-se de uma posição que pode ser revista, even­tualmente, diante de uma situação específica”, frisou.

Ele disse que o seu des­ligamento já havia sido decidido desde o segundo semestre de 2010, duran­te o período eleitoral. Em julho daquele ano, Bellini, atendendo a um convite formulado pelo então pre­feito de Campinas, Hélio dos Santos, participou de uma homenagem feita à então pré-candidata do PT à sucessão do presidente Lula, a atual presidente Dil­ma Rouseff. Ele recordou que três prefeitos foram convidados a falar e que foi surpreendido quando seu nome foi citado.

No dia seguinte pipoca­ram notícias dizendo que ele tinha traído o PV. Re­cebeu censura pública de figurões do partido, inclusive de Marina Silva, que depois viria disputar o cargo de presidente pela legenda. Foi aberto processointerno para suspender sua filiação. No processo de defesa, ele refutou todas as acusações, esclareceu segundo sua ver­são, todos os pormenores que o levaram a participar do mencionado evento e jamais teve um retorno for­mal do PV sobre sua defesa. O caso, segundo ele, ficou em suspenso. “Foi aí que resolvi me desfiliar. Achei que não tive um tratamento adequado. Imaginei que tomar esta atitude naque­le momento, no calor dos acontecimentos, poderia resvalar em outro tipo de entendimento muito em voga na época, de que o cargo pertence ao partido, não a quem recebeu os votos. Por isso decidi esperar. Depois tive todos aqueles problemas pessoais e, evidentemente, não tinha condições em me dedicar ao assunto da forma como ele exigia. Por isso só recentemente fiz o anúncio”, detalhou.

Fonte: Da Redação do PCI

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