O ex-presidente ucraniano Leonid Kravchuk disse hoje (29) no Parlamento, em Kiev, que o conflito entre as autoridades e os manifestantes deixa a Ucrânia ?à beira da guerra civil?. ?Todo o mundo sabe e toda a Ucrânia sabe que o país está à beira da guerra civil?, disse Kravchuv, o primeiro chefe de Estado após a independência do país (1991-1994).
?Existem autoridades paralelas no país e existe de fato um levante?, disse Kravchuk referindo-se aos manifestantes antigovernamentais que mantêm os protestos e que já tomaram os prédios de algumas instituições administrativas em várias partes do país.
?É uma revolução. É uma situação dramática sobre a qual temos de atuar com grande sentido de responsabilidade?, disse Kravchuk. ?Temos de aliviar o confronto entre as partes e chegar a um acordo com um plano capaz de resolver o conflito. Temos de trabalhar neste plano, passo a passo, no sentido de aliviar o confronto?, acrescentou.
O Parlamento ucraniano está hoje no segundo dia de sessões extraordinárias debruçando-se sobre as tensões e vai debater ainda a anistia que poderá ser concedida às dezenas de ativistas da oposição que foram presos durante os protestos.
O presidente Viktor Ianukovitch propôs uma anistia para todos os manifestantes que estão presos e que não estão envolvidos em ?crimes sérios? em troca da saída dos prédios governamentais e da desocupação das ruas repletas de ativistas.
As manifestações contra o governo começaram em novembro, depois que Ianukovitch ? sob influência da Rússia ? impediu acordo comercial entre a Ucrânia e a União Europeia.
Ontem (28), o primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, pediu demissão do cargo, em uma tentativa de aliviar a crise enfrentada há dois meses pelo país. Os manifestantes e os partidos da oposição, entretanto, exigem a demissão de Ianukovitch e a realização de eleições.
* Com informações da Agência Lusa
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