Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os últimos operários sul-coreanos que ainda estavam no complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, abandonaram hoje (3) as instalações devido ao aumento das tensões militares entre os dois países. Na semana passada, o governo da Coreia do Sul ordenou a todos os operários que abandonassem Kaesong, após as autoridades norte-coreanas impedirem o acesso dos trabalhadores do Sul ao local.
Aproximadamente 53 mil norte-coreanos trabalham nas 123 fábricas sul-coreanas do complexo. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul informou que a maioria dos trabalhadores sul-coreanos deixaram o complexo no dia 30 e os últimos sete regressaram hoje, após vários dias de negociações, para acertar o pagamento de salários atrasados aos trabalhadores norte-coreanos.
As tensões na região da península coreana se acentuaram nos últimos meses com as ameaças da Coreia do Norte em deflagrar uma guerra nuclear. Em caso de guerra, as armas norte-coreanas teriam alcance para atingir países como Japão, Coreia do Sul, e territórios dos Estados Unidos.
Criado em 2004, o parque industrial fica na Coreia do Norte, a 10 quilômetros da fronteira com a Coreia do Sul. O complexo industrial é tido como um símbolo raro de cooperação transfronteiriça, mas agora é uma zona de tensão na península. O projeto foi concebido por intermédio da chamada “Política da Luz do Sol” de conciliação entre as Coreias, iniciado no fim de 1990 pela presidenta sul-coreana Kim Dae-Jung.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Denise Griesinger
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