Tudo começou como um passatempo, uma simples brin­cadeira para preencher os poucos momentos de folga. Aos poucos, o passatempo passou a ser um hobby e até mesmo uma forma de exercitar cérebro e mãos.

A ligação do professor de Edu­cação Física, José Luiz Zanovello, o Dula, 56, com os modelos para montar da linha papercraft, co­meçou na simples curiosidade ao ver um colega de profissão montando um avião. “Vi aquele negócio na mão dele e perguntei o que era, ele explicou e me deu as dicas de onde encontrar e como montar”, lembra. “De lá para cá não parei mais”.

Montar protótipos sempre foi uma das diversões preferidas de Zanovello. Ao ter contato com os modelos e iniciar a montagem dos mesmos, percebeu que o passatempo seria divertido.

No começo as dificuldades eram grandes, principalmente pela falta de habilidade. “As dobras não ficavam perfeitas, eu apanhava um pouco, mas com o tempo fui aprendendo e entendendo como funciona”, explica.

Hoje a coleção de miniaturas é extensa e exige cuidados para a conservação. São cerca de 150 modelos que o colecionador cuida com carinho. “É necessário muito cuidado para guardar, senão amassa, além do que não podem ficar em prateleiras, expostos ao tempo porque empoeiram”, explica Dula. “A forma correta é guardar em locais protegidos por vidros, assim ficam expostos e ao mesmo tempo não correm riscos”.

Ao contrário de outros tipos de modelos para montar, que precisam ser adquiridos através de revistas, o papercraft pode ser encontrado em sites e através de link baixados via internet. Daí em diante é imprimir em papel especial e iniciar a montagem. “Cada modelo não fica mais que seis ou sete reais por causa da impressão”, explica Dula.

Em sua coleção há diversos tipos de modelos, desde aviões até carros de corrida. “Comecei comum aviãozinho, depois vi que tinha carros como das Stock Car e Fórmula Um e passei a montar as miniaturas”, revela.

Exposição

Como forma de incentivar outras pessoas e incutir nos jovens essa forma saudável de passatem­po, Zanovello expõe sua coleção em escolase eventos promovidos pela Casa das Artes. “Já expus em vários locais e escolas e cada vez mais vejo pessoas se interessando pelo papercraft”, frisa.

Recentemente, no mês de março, sua coleção pôde ser vista durante o Encontro de Carros An­tigos, no Parque Juca Mulato. Em uma barraca, Dula mostrou aos visitantes a coleção de modelos que possui. “Não faço para vender, apenas porque gostode montar”, revela. “Muita gente que passou pela exposição parou na minha barraca pra ver a coleção”.

E, de simples hobby, o professor de Educação Física descobriu uma nova função para seu passatempo. “Descobri que a habilidade que o papercraft exige faz com que o cérebro seja constantemente exercitado, assim como as mãos”, explica. “Pesquisei sobre isso e descobri que tudo isso ajuda na prevenção contra doenças com o Mal de Parkinson e o Alzheimer”.