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Itapira, 24 de Novembro de 2024
Notícia
16/12/2012 | Uma das maiores tragédias da história de Itapira completou 50 anos

 

 
O dia 14 de dezembro passou um tanto que despercebida para as gerações mais jovens. Para alguns itapirenses que já suplantaram a casa dos 60 anos de idade, no entanto, ficou no ar a falta de uma lembrança mais contundente do que ocorreu a exatos 50 anos, quando a sociedade itapirense como um todo foi profundamente abalada por uma tragédia que vitimou dois de seus mais notáveis cidadãos, o industrial Virgolino de Oliveira e o empresário Antonio Caio, que naquela ocasião estava investido pela segunda vez no cargo de Prefeito de Itapira.
 
 
Ambos, mais o aviador de nome Tito, estavam dentro de um avião que os conduziriam no começo da manhã de 14 de dezembro de 1962 até São Paulo, onde se avistariam com o Governador Carvalho Pinto, para discutir a questão dos recursos necessários para a modernização do sistema de captação, tratamento e distribuição de água para os Itapirenses. Segundo relato do Jornal A Cidade de Itapira em sua edição de domingo, 16 de dezembro, a aeronave caiu instantes depois de decolar do campo de pouso que ainda hoje existe na Usina Nossa Senhora Aparecida.  Virgolino e o piloto tiveram morte instantânea. Caio ainda chegou a ser socorrido na Santa Casa, mas não suportou os ferimentos e faleceu no final da tarde.
 
Decorridos meio século do fato, pessoas que testemunharam a repercussão que o desastre causou naquele dia, ainda se sensibilizam. “Eu trabalhava na Champion (atual International Paper) e logo de manhã um colega de trabalho veio me contar a notícia. Fiquei assim num estado meio que absorto e evidentemente torcendo para as horas se passarem para que pudesse voltar o mais rapidamente possível. O clima por toda a cidade era de total desolação e uma movimentação atípica de pessoas que chegavam de todas as partes. Posso afiançar com toda certeza de que jamais vi um funeral com tanta gente realizado aqui na cidade e talvez não veja um outro igual”, comentou o atual vice-prefeito Antônio Carlos Martins.
 
O aposentado Irineu Duarte, 92 anos, contou que no dia do acidente trabalhava no Instituto Bairral de Psiquiatria e recebeu uma ordem para seguir com uma equipe de enfermeiros para o local do acidente numa perua Kombi. “Chegamos lá cerca de meia hora depois do ocorrido. Havia um cordão de isolamento e fomos impedidos de nos aproximar mais. Ainda sim, lembro-me perfeitamente de ter visto os destroços do avião com os corpos do Virgolino e do piloto. O Antonio Caio já tinha sido removido para a Santa Casa”, recordou. O diretor de escola Silas Bravo Nogueira conta que naquele dia tinha ido a Mogi Mirim cumprir compromissos profissionais e que ao regressar começo da tarde intuiu que algo estava errado. “Vi pela fisionomia das pessoas, pelo fato da cidade estar literalmente parada que algo tinha acontecido”, comentou. Ao saber da informação disse que foi até a Santa Casa e lá conversou com o médico Rainieri Galdi que tinha atendido Antonio Caio. “O clima era de absoluta consternação. Ninguém se conformava”, prosseguiu. À noite, ele e o colega Paulo Pereira Ulbritch (in memorian) foram até o cemitério da Saudade se informar a respeito da escolha do local onde seriam sepultados no dia seguinte os corpos de Virgolino e Antonio Caio. “Eu não me recordo porque motivo e a pedido de quem. Mas ainda nesta semana eu fui ao cemitério e ao passar pelo mausoléu do Virgolino me lembrei deste episódio e me atentei ao ler as informações gravadas nele que nesta semana o fato estaria completando 50 anos”, relatou. 
 
Luto eterno
A Cidade ouviu o depoimento do empresário Antonio Octávio Fonseca Caio, de 73 anos, o mais velho dos cinco filhos que Antonio Caio teve. Apesar do desconforto que o assunto traz a ele e seus familiares, Caio não se furtou em tecer algumas considerações a respeito. Disse que o episódio acarretou a todos eles familiares de Antonio Caio “um sentimento de luto eterno”. Ele se recorda muito bem da disposição tanto do pai, como de Virgolino de Oliveira em solucionar a questão do abastecimento de água da cidade, fato que culminou com a fatídica viagem a São Paulo. “Era um assunto prioritário e que despertava nele (Antonio Caio) e no Virgolino, certa ansiedade para que fosse solucionado definitivamente”, recorda.
 
Sobre o clima na cidade, ele se lembra de “uma verdadeira multidão nas ruas”, recordando que o funeral de Virgolino de Oliveira veio sendo conduzido a pé desde a Usina Nossa Senhora Aparecida e se encontrou com o de seu pai  na casa da família, localizada onde hoje fica a loja Cybelar. “Foi uma cena impactante aquela multidão se reunindo. Coisas que nunca mais se apagam da memória”, finalizou.
 
Jornal A Cidade de Itapira trouxe notícia no dia 16, um domingo
 
Martins: soube da notícia em Mogi Guaçu
 
Silas: clima era de inconformidade
 
Irineu: chegou perto dos corpos
 
 

 

Fonte: Da Redação do PCI

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