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Notícia
27/06/2013 | Uma semana inesquecível para as “Marias de Vergel”

 

 
Dia 18 último, completou-se 30 dias que um grupo de agricultoras estabelecidas no assentamento naquele que um dia foi o Horto Florestal de Vergel ficou conhecido nacionalmente por causa de uma participação no programa Caldeirão do Huck. A produção do programa que vive a vasculhar a Internet em busca de novidades que possam servir de atração no programa do apresentador Luciano Huck topou no começo de abril com veiculação de uma peça publicitária idealizada pela Inova, agência de Inovação da UNICAMP que falava da luta de mulheres que integram uma associação chamada Associação de Mulheres Ecológicas (AMA) para levar os produtos que cultivam com técnicas de cultivo orgânico e pães que fabricam numa padaria artesanal em feiras da região.  O apelo era por colaboração para que o grupo pudesse juntar R$ 8 mil para comprar uma Kombi usada.
 
Desde então, uma mudança radical ocorreu com cerca de 15 mulheres que integram a associação, cuja principal liderança é dona Maria Ileide Teixeira Rosa, 57 anos, mineira da cidade de Palmeiral, que foi muito cedo com a família para Campinas enfrentar as dificuldades de uma família pobre  e numerosa  ganhar a vida na cidade grande.
 
Por uma combinação de perseverança e sorte, a iniciativa de inovar e partir para a agricultura orgânica ali pelo final da década de 1990 - depois da partilha do Horto de Vergel que resultou em 90 lotes  -  as portas foram se abrindo para as guerreiras mulheres de Vergel.O projeto de produtos orgânicos acabou sendo adotado pela UNICAMP (por intermédio da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares o ITCP , órgão da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários , o Preac) que desde então tem dado subsídios técnicos para que o grupo consiga produzir alimentos conforme preconizam as rígidas normas estabelecidas para certificação deste tipo de produto alimentício.
 
A dificuldade de locomoção para levar os produtos colhidos ( frutas, verduras e legumes) até os pontos de venda foi relatada para o pessoal da Unicamp que cuidou de veicular este problema na Internet. A solução foi muito mais impressionante do que poderiam imaginar as agricultoras. “Foi uma dádiva de Deus”, resumiu dona Maria Ileide. Elas ganharam um micro ônibus, uma reforma completa da cozinha com o incremento de mobília, fornos e freezers, laptop, van adaptada, consultoria empresarial  para criação  de uma marca própria (Marias da Terra) e  R$ 30 mil numa conta bancária.
 
A reportagem de A Cidade visitou a sede do grupo nesta semana. Falar com dona Maria Ileide foi quase que “uma providência divina”. Além de estar muito requisitada (para entrevistas, inclusive) ela tem que cuidar das instalações de um micro-empresa que vai fabricar dentro de algumas semanas espécie de mandiocas e batatas fritas  com apoio do Santander; preparava produtos e instruía as colegas para realizarem na quinta-feira um cofee – break  para 150 pessoas numa empresa em Limeira ( cujos responsáveis a contataram depois de ouvirem sua história na TV) e cuidava dos preparativos para participação na “Feira dos Agricultores e Agricultoras, Assentados e Quilombolas, ao lado de outros “incubados” como  do Assentamento Sumaré II; Girassol, do Assentamento Pirituba de Itapeva-SP; Pré-Assentamento Elizabeth Teixeira, de Limeira-SP; Quilombo Cafundó, de Sorocaba-SP, e o Quilombo Jaó, de Itapeva-SP. O evento foi realizado de 19 a 21 na sede da FEAGRI, a Faculdade de Engenharia Agrícola.
 
Na sede, todas as colegas enaltecem os resultados do trabalho árduo. Francieli Aparecida de Souza Ferreira, de Maracaxeira (MG); Roseli Teixeira Rosa, de São João da Boa Vista; Eunice Fátima Ferreira, de Palmeiral (MG) e Cristiana Fatima Martins Emiliano, de Campinas ( filha de Ileide), falaram sobre a nova realidade. Cristina conta que ainda sim existem os revezes. O trabalho começa cedinho e nunca acaba antes do começo da noite, ou seja, o contato com os filhos é pequeno. “Nossa Associação luta por melhores condições de vida para as pessoas, pelo crescimento sustentável e evidentemente que também queremos dignidade, cursos profissionalizantes escola e uma creche para as crianças”, defendeu Maria Ileide.
 
Conto de Fadas
 
As cinco relataram os momentos que precederam à participação da Associação no programa do Huck, onde um ônibus com cerca de 30  pessoas se deslocaram até o estúdio da TV Globo em São Paulo onde foi gravada a participação das agricultoras. Os primeiros contatos se deram cerca de 30 dias antes. A equipe do apresentador se deslocou até Vergel para conferir de perto se tudo o que foi dito sobre o movimento era verídico.  Para muitas delas parecia um conto de fadas. Segundo relato de uma delas, até o ator Marcos Palmeira participou de uma destas visitas sob pretexto de que também investe na produção de alimentos orgânicos.
 
Dona Maria Ileide disse que a ordem é aproveitar este bom momento para melhorar as condições de vida dos assentados. “A visibilidade que o movimento adquiriu já resulta num reconhecimento que nunca tínhamos tido anteriormente. Temos que transformar isso em oportunidade para a geração de renda e trabalho para  nossa comunidade”, encerrou.
 
 
 
 
Maria Ileide exibe amostra dos produtos que a associação passa a fabricar em breve
 
 
A associação ganhou uma  reforma e equipamentos na cozinha onde assa pães e outros quitutes
 
Fonte: Da Redação do PCI

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