A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) ocasionada por uma bactéria que se instala no organismo e pode gerar diversos tipos de problemas em homens, mulheres e até mesmo bebês. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica de Itapira, no ano de 2013 foram registrados 35 casos na cidade, sendo três deles em gestantes. O número é elevado, principalmente se comparado ao número de casos novos de infecção por HIV, que foi de 13 no mesmo período.
A chefe do departamento, Josemary Apolinário, explicou que desse número de notificações a maioria é de pessoas entre os 20 e 49 anos e a maior incidência é em mulheres. “Isso não significa que as mulheres se infectam mais, mas sim que elas procuram mais o serviço de saúde e o tratamento. Esses são os casos notificados, mas há muitos outros que são desconhecidos tanto por nossa parte como pelos próprios pacientes”, complementou.
A DST é transmitida por três meios, sendo o principal deles através da relação sexual sem uso de preservativo. A transmissão vertical, da mãe para o bebê na hora do parto, também se tornou uma preocupação. Chamada de sífilis congênita, ela pode trazer sérios problemas de saúde para a criança, como pneumonia, feridas, cegueira, problemas ósseos, surdez, deficiência mental e, em casos mais graves, até a morte. A terceira forma de contágio, mais rara, é pela transfusão e contato de sangue.
Josemary explicou que apesar de apresentar tantos riscos, a sífilis é tratável e pode desaparecer do organismo. “Quando o paciente é diagnosticado, o médico passa o tratamento específico, mas é preciso que ele seja respeitado rigorosamente para que a bactéria seja eliminada. Além disso, o parceiro ou parceira do paciente contaminado também deve se tratar para que não ocorra a re-infecção. No caso das gestantes, também existe o procedimento específico para evitar que a doença seja transmitida para o bebê, mas o tratamento deve ser feito corretamente e no momento oportuno”, elucidou a chefe da Vigilância Epidemiológica. No caso de recém-nascidos infectados, o protocolo a ser seguido é fazer exames periódicos e acompanhamento do desenvolvimento da criança, bem como tratamentos específicos para evitar agravamentos e eliminar a doença.
Os primeiros indícios da doença são o surgimento de pequenas feridas nos órgãos sexuais ou caroços nas virilhas. Elas não doem, não coçam, não apresentam pus e nem ardem e tendem a sumir em poucos dias mesmo sem qualquer medicação. Em outros estágios, surgem manchas no corpo e até mesmo queda no cabelo. Durante esse período, a doença continua se desenvolvendo e no estágio mais avançado podem aparecer complicações mais graves como cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos e até mesmo a morte.
Contudo, Josemary conta que a maioria das notificações é feita em exames de rotina ou através do teste rápido. “Hoje temos mais facilidade em fazer o diagnóstico precoce e talvez essa seja uma das explicações para o número de casos notificados aumentarem ano a ano. A maioria dos pacientes positivos é assintomática e por isso destacamos a importância de manter os exames de rotina em dia, em especial o papanicolau para as mulheres”, completou Jose.
Para evitar a infecção, a Vigilância Epidemiológica reforça a campanha para o uso da camisinha em todas as relações sexuais para prevenir não só esse, mas todos os outros tipos de DSTs. Em casos de suspeitas, basta procurar o Posto de Saúde mais próximo e conversar com o médico para que o teste rápido e os exames laboratoriais possam ser realizados. No caso das gestantes, realizar o pré-natal com regularidade garante o diagnóstico e o tratamento adequado.
Todos os Postos de Saúde, bem como a Vigilância Epidemiológica, também disponibilizam preservativos gratuitos a toda população. Nestes quatro dias de Carnaval, uma tenda da Secretaria de Saúde também será instalada nas adjacências do Parque Juca Mulato e haverá distribuição de camisinhas.
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