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Itapira, 04 de Dezembro de 2024
Notícia
28/06/2015 | Valeria Vassoler: Emoções e a Pele

Coceiras aparentemente sem causa, lesões de pele e insensibilidade cutânea. A causa destes problemas pode estar muito alem das fronteiras de cútis e ainda estar sinalizando sérios distúrbios psíquicos.

Estudos na área de dermatologia dão conta que 40% dos pacientes procuram médicos desta especialidade têm algum problema emocional.

Quando uma pessoa se automanipula, causando ferimentos na pele, costuma alegar que já havia uma escoriação e que ela ardia e coçava. Este tipo de comportamento pode ser sinal de uma depressão endógena, que também traz outros sintomas, como insônia, intestino preso, anorexia (redução ou perda de apetite), entre outros.
 
A queixa de prurido (coceira) generalizada pode significar um estado de ansiedade – muitas vezes de extrema gravidade – capaz de levar pessoas a ter idéias suicidas. As coceiras intensas da região genital também podem significar grave
problema de ordem sexual.
 
Outro quadro delicado relacionado a doença mental é a chamada dermatite factícia ou artefato, em que o paciente provoca uma lesão na pele, geralmente ulcerada e de aspecto bizarro, podendo ou não ter consciência desta ato. Neste caso, o paciente pode mostrar o primeiro sintoma de um psicose ou de uma depressão severa, ou ainda estar submetido a um nível de ansiedade insuportável.
 
Arrancar o próprio cabelo, a sobrancelha ou os cílios é um forte indício de doença obsessivo-compulsiva. Neste grupo, também pode ser incluídos os roedores de unha e aqueles que apresentam dermatite de mãos – porque as lavam compulsivamente, dez a quinze vezes no dia.
 
Alem da relação com doenças psíquicas mais graves, os problemas emocionais também estão associados a dermatoses mais comuns, como o vitiligo e psoríase.
 
Vitiligo
 
Essa dermatose é caracterizada por manchas acrômicas (sem cor) de tamanhos e formas variadas que se espalham por todo o corpo sem apresentar nenhum outro sintoma.
 
O vitiligo não é contagioso e ocorre mais freqüentemente em pessoas jovens e não atinge nenhum órgão interno, porém e devastador no aspecto psicológico e social. Sua causa não é totalmente esclarecida, mas existem teorias variadas.
Independentemente da origem, os médicos que lidam com essa doença tem a percepção nítida da sua relação com aspectos emocionais. Vários doentes que apresentam vitiligo relatam o aparecimento das primeiras manchas após traumas emocionais significativos. Há ainda uma relação importante, e por que não dizer direta, entre o estresse e o aumento de número de manchas na pele, pois, em épocas tranqüilas o vitiligo se apresenta controlado e sem manchas novas; após períodos conturbados, as manchas começas a progredir assustadoramente.
 
A ciências ainda não encontrou respostas exatas para muitos problemas de saúde humana. No entanto, é impossível desprezar a observação clínica quanto a influencia do emocional em algumas doenças. Ela é muito clara tanto para o doente quanto para o especialista que trata do vitiligo. Provavelmente as alterações emocionas desequilibram o organismo favorecendo alterações hormonais e imunológica que podem desencadear e piorar o vitiligo.
 
Os melhores resultado terapêuticos são atingidos em pacientes que tratam a doença medicamente e também abordam e cuidam o lado emocional. Os processos psicológicos causam sofrimento e às vezes é melhor esconder-se ou chamar a atenção através de uma doença. Encarar os problemas de frente é a melhor solução; em geral isso piora as lesões do vitiligo, mas em seguida encaminha o individuo para uma cura segura e duradoura.
 
Psoríase
 
Doença considerada de difícil controle, a psoríase provoca o aparecimento de placas vermelhas descamativas na pele.
É como se o corpo todo o parte deles resolvessem declarar guerra, fazendo com que as células se multiplicassem fora do comum.
 
Para se ter uma idéia, uma célula da epiderme, em circunstâncias normais, viver 28 dias - tempo que envolve nascimento, multiplicação e morte. Dentro de um quadro de psoríase, este ciclo de vida cai para 3 dias.
 
Estima-se que 3% da população brasileira seja vitima dessa doença crônica, caracterizada como não-transmissível (portanto, não causada por agentes externos como bactérias, vírus e fungos) e isolada de qualquer comprometimento interno e no organismo. Psoríase não causa dor, apenas confere ao seu portador uma aparência desagradável, fato que muitas vezes impões o individuo isoladamente social do indivíduo. Não se sabe ainda ao certo o que leva uma pessoa a ter psoríase. Alguns estudos indicam que a doença pode estar relacionada a fatores psicológicos.
 
Foi observado que a tensão emocional e o estresse podem influenciar no surgimento das crises, alem de fatores como a predisposição genética aliada a estímulos recebidos durante a vida, entre eles, as infecções.
 
Assim como no vitiligo, o surgimento ou a piora das lesões da psoríase parecem estar associados a traumas emocionais.
 
Além disso, geralmente o paciente com psoríase é exigente, crítico, perfeccionista, apresentando maiores dificuldades com os problemas do dia-a-dia. Novamente, o estresse deve agir como índice provocador, pois altera parâmetros químicos e imunológicos do organismo.
 
Várias outras doenças da pele, como alopecia areata (pelada), líquen plano, urticária crônica, desidrose, etc., têm os aspectos emocionais como relevantes para um resposta terapêutica; reforçando melhor que os indivíduos não são fragmentados, mas, sim, um conjunto único de corpo e mente.
 
A verdade é que o medico sempre tem mais sucesso quando, alem dos medicamentos adequados, pode melhorar alterações emocionais do paciente.
 
O percentual de pessoas afetadas por estresse é bem alto, de 50 a 70% das pessoas tem problemas emocionais. Existem doenças de pele associadas a doenças psiquiátricas, como exemplo, a dermatite artefata, onde provoca a lesão nela mesmo, ou tricotilomania, onde arranca os cabelos por estresse emocionais. Além disso, algumas doenças são diretamente ligadas, a urticária (placas que coçam pelo corpo todo) ou rosácea (onde aparecem espinhas e avermelhamento) e outras doenças pioram com o emocional, como queda de cabelo (alopecia areata), psoríase, vitiligo.
Fonte: Valeria Vassoler

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