Em meio aos dados oficiais que sinalizam com uma queda acentuada no comércio varejista em todo o país no primeiro trimestre deste ano, o comércio local pouco se queixou da venda do Dia das Mães. No geral, as vendas estiveram dentro de uma expectativa razoável
Jane Cristina Bizarri, da Fany Modas, contou que calcula que vendeu cerca de 70% do que imaginava. “Não foi o ideal, mas também não foi o desastre que muita gente afirmava que ia ser”, comentou. Ela acredita que para o Dia dos Namorados as vendas irão reagir melhor. “No caso da minha loja os artigos são voltados para um público mais jovem”, acredita.
Na loja Acontece Calçados, dentro do Mercado Municipal, o comerciante Donizete Aparecido da Rocha, 59, também avalia que poderia ter sido pior. “Tivemos um aumento das vendas a partir da terça -feira e no final de semana o movimento cresceu um pouco. As vendas foram razoáveis”, opinou. Numa loja de departamentos, uma atendente contou que a maioria dos clientes procurava presentes com valores baixos. “Até celular que vendeu muito no ano passado teve desempenho discreto, com procura por modelos mais em conta”, revelou.
Na Casa Sartori, uma das mais tradicionais da José Bonifácio, a proprietária Cristina Consorti Sartori disse que ficou mais animada depois de feitas as contas. “Tivemos um bom desempenho, imaginava que diante do cenário de tantas dificuldades da economia nossas vendas ficariam abaixo do que foi registrado no ano passado. Com toda certeza ao menos repetimos o desempenho de 2014”, animou-se.
Aparecido dispara contra comércio dentro da Festa de Maio
O presidente da ACEI (Associação Comercial e Empresarial de Itapira), José Aparecido da Silva, avalizou a opinião dos comerciantes sobre o desempenho do Dia das Mães. “Acho que na pior das hipóteses, na média geral, crescemos um pouquinho com relação ao ano passado, o que, nas atuais circunstâncias tem que ser comemorado”, afirmou, referindo-se aos resultados ruins do comércio varejista divulgados na quinta-feira pelo IBGE.
Segundo Aparecido, se as vendas não decepcionaram, o mesmo não se pode dizer do faturamento. “Observamos que as pessoas presentearam com artigos de menor valor agregado”, enxergou.
Aparecido disse que tem que ser levado em consideração o estrago que a Festa de São Benedito ocasiona para o comércio local. “Não tem como ignorar o impacto que o comércio de roupas, óculos, calçados e outros artigos dentro da festa ocasiona ao comércio oficial na segunda data principal dentro do calendário”, disparou. Ele disse que compreende os motivos que levam as autoridades municipais a permitir a venda destes artigos dentro da festa, mas não pode concordar. “A gente respeita o lado religioso, folclórico e até mesmo a presença do comércio de alimentos. Mas não dá para admitir a concorrência desleal de pessoas que chegam aqui com produtos de procedência duvidosa e concorrem em condições desleais com os comerciantes da cidade”, criticou. Ele mencionou ainda o fato de um dia depois do encerramento da festa, centenas de pessoas afluírem ao comércio informal. “É um fardo duro para o comércio suportar esse tipo de comportamento”, finalizou.