A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciou hoje (23) que em 2015 aumentou a violência contra os profissionais de comunicação na América e informou que pelo menos 27 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão.
?O continente tornou-se uma das regiões mais perigosas do mundo para exercer o jornalismo e as agressões mais graves, como o assassinato e o rapto, tornaram-se uma das piores formas de censura?, diz a comissão no seu relatório anual sobre a liberdade de expressão.
No Relatório da Liberdade de Expressão da Comissão exprimiu-se a preocupação pelos 27 assassinatos de jornalistas ?em circunstâncias que poderiam estar relacionadas com a sua profissão?, além de mais 12 casos em que não foi possível determinar o vínculo com a profissão.
A comissão, com sede em Washington, considerou ?alarmante? que, pelo terceiro ano consecutivo, tenha crescido o número de assassinatos de jornalistas, uma vez que em 2014 foram registrados 25 homicídios e 18 em 2013.
Os países que em 2015 registaram assassinatos de jornalistas foram Brasil, Honduras, México, Colômbia, Guatemala, República Dominicana, Estados Unidos e Paraguai. Na sua maioria, os jornalistas assassinados cobriam temas relacionados com o crime organizado, a corrupção política ou eram vozes firmes em suas comunidades.
?Mantêm-se elevados índices de impunidade em muitos países, apesar da identificação dos autores materiais e morais destes crimes, o que provoca um efeito inibitório generalizado, que limita o direito à liberdade de expressão em zonas inteiras do continente?, lamentou a comissão.
A organização criticou também ?a resposta desmensurada? de vários países ao exercício do direito de manifestação e protesto, uma vez que em muitos casos as autoridades fizeram um ?uso desproporcionado? da força para calar os manifestantes.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-03/violencia-contra-jornalistas-na-america-aumentou-em-2015-diz-comissaoComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.